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Bolsonaro pediu a empresário que repassasse fake news contra STF, diz PF

A Polícia Federal encontrou uma mensagem atribuída ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) pedindo ao empresário Meyer Nigri, dono da Tecnisa, para compartilhar notícias falsas sobre ministros do STF e as urnas em grupos de WhatsApp.

O que aconteceu

A troca de mensagens consta em um relatório da PF. Ela foi usada pelo ministro do STF Alexandre de Moraes para manter um inquérito contra Nigri e Luciano Hang, dono das lojas Havan.

O documento, ao qual o UOL teve acesso, mostra conversas de Nigri com um número identificado como 'PR Bolsonaro 8'. PR seria a sigla para presidente da República. O número atribuído ao então presidente enviou ao empresário mensagens com fake news e ataques a ministros do STF e pede que o conteúdo seja repassado "ao máximo".

Nigri afirma ter compartilhado com vários grupos uma das mensagens falsas, sobre uma fraude no sistema de votação brasileiro.

Moraes manteve a investigação contra o empresário sob o argumento de que há necessidade de continuar as diligências da PF. Já em relação a Hang, a PF ainda analisa os dados bancários do dono da Havan e tenta acessar o celular dele. A decisão de Moraes afirma que o empresário se recusou a fornecer as senhas aos investigadores.

O inquérito foi aberto em 2022 após Hang ter supostamente falado em golpe de Estado em mensagens com outros empresários.

A pedido da PF, Moraes estendeu o inquérito em 60 dias contra Hang e Nigri. Eles são os únicos que permanecem sob investigação por participação no grupo "WhatsApp Empresários & Política", que teria conversas de teor golpista.

Para outros seis empresários, a investigação foi arquivada: Afrânio Barreira Filho, José Isaac Peres, José Khoury Junior, Ivan Wrobel, Marco Aurélio Raymundo e Luiz André Tissot. A PF avaliou que eles não tiveram nenhuma atuação antidemocrática para além da participação no grupo.

O advogado de Meyer Nigri, Alberto Toron, disse ao UOL que vai aguardar a evolução das investigações com "absoluta serenidade". "Embora não concordemos, respeitamos a decisão do ministro Alexandre de Moraes", afirmou. A reportagem também procurou a assessoria de imprensa da Havan, e o texto será atualizado em caso de manifestação.

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