Sem samba nem marchinha, bloco CarnaJazz encerra folia com groove e soul
Que samba que nada! Na Vila Mariana, a terça de Carnaval foi embalada pela cadência suingada do jazz, com muito groove, soul e suingue. "Cansei de correr atrás de trio elétrico", diz Mariana Riccheti, 36, pouco antes de começar a folia do bloco CarnaJazz.
Apesar das fantasias carnavalescas dos foliões, o clima no cruzamento das ruas Pelotas e Amâncio de Carvalho estava mais para Nova Orleans do que para Salvador. "Aqui não tem axé, marchinha nem sambinha, só jazz", avisa o presidente do bloco, Cláudio Maluf, 45.
"Começamos em 2017 num espaço fechado na Vila Madalena, esse é o nosso segundo ano na rua", conta Maluf. Segundo ele, no ano passado o bloco reuniu cerca de 4 mil foliões.
"Amo o Carnaval, adoro samba, marchinhas, mas faltava um espaço para o jazz dentro", argumenta o presidente do bloco.
Uma multidão de foliões lotou a rua Pelotas para conferir o bloco que começou no palco com uma apresentação do quarteto do saxofonista Vinicius Chagas, 28. "São Paulo é a capital mundial do jazz, só Nova Iorque tem um circuito tão bom quanto aqui", ressalta o músico.
Vários foliões que acompanharam o Carnaval jazzístico na Vila Mariana escolheram o bloco pelo mesmo motivo: fechar a folia num clima mais tranquilo.
"Achei a combinação perfeita, fim do Carnaval e jazz", explica Ana Flávia, 36. "Sai todos os dias, foi divertido, mas hoje queria pegar mais leve".
Já para Horácio da Costa, 54, o bloco atravessou um pouco o jazz. "Gostei, mas achei meio estranho, som estava meio estridente". Ele conta que prefere os "bueiros jazzísticos da Vila Madalena". "São mais intimistas."
Depois de show no palco foi a vez da folia ir para a rua com a turma do Jazz na Kombi.
Apesar do ambiente jazzístico não faltou no cortejo foliões fantasiados. A francesa Ophelie Pourier, 24, que está há três meses no Brasil estudando restauração de florestas, veio vestida de indígena.
Também teve quem preferiu uma pegada mais política. Com máscara do Bolsonaro, camiseta do Palmeiras, bolsa de colostomia e uma laranja na mão, Rubens Magalhães, 55, diz que a fantasia é uma mistura de homenagem e crítica.
"Votei no Bolsonaro, mas estou insatisfeito, ele está pisando na bola, os filhos parecem mandar mais que ele", observa.
O bloco CarnaJazz prometeu encerrar sua folia por volta de 19h como começou. Sem sambinha nem marchinhas, no palco, com um cortejo carregado de improviso com groove, cumbia, NU jazz e suingue latino.
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