Quem é o diretor da Enel citado por Ricardo Nunes como amigo do ministro
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O presidente do conselho de administração da Enel Energia, Eduardo Martins, citado hoje pelo prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes (MDB), como "amigo" do ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, chegou ao cargo sem qualquer experiência no setor de energia.
Formado em engenharia, Martins já afirmou que "enviou um currículo" para a gigante do setor de energia, que, mesmo sem qualquer experiência na área, o contratou para a presidência do conselho de administração — um dos postos mais altos da empresa. Ele também nunca havia atuado nessa função.
"Eu os procurei e, a princípio, imaginava que poderia contribuir na gestão. Apresentei meu currículo e gostaram muito. Mas, para uma pessoa da minha idade, entenderam que precisava ser no conselho", disse Martins ao Globo em outubro do ano passado, então com 74 anos. Ele foi nomeado em 10 de julho de 2024.
Martins foi vice-presidente da Egesa Engenharia. A empresa, segundo O Globo, construiu um condomínio residencial em reduto eleitoral do ministro em Minas Gerais. O jornal também informou que o nome do executivo foi mencionado em delação da Lava Jato.
O ministro admitiu ao Globo que conhece Martins, mas não o classifica como amigo por "não frequentar a sua casa". A coluna apurou que a acusação do prefeito de São Paulo foi considerada um absurdo no núcleo do ministro, que ressalta ser a Enel uma empresa privada, portanto, sem interferência do governo.
A coluna não conseguiu localizar o executivo. O ministério não quis comentar. Na época, a empresa rechaçou interferência política na contratação.
Não vai ter multa
Como antecipou a coluna, a Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica) não irá decretar a caducidade da Enel pelos apagões em São Paulo nos últimos dois anos. A agência concluiu que não foi possível constatar que a empresa descumpriu o contrato de concessão do serviço de distribuição de energia.
Uma saída para punir a empresa também foi descartada. Passaria por exigir pagamento de multa de R$ 500 milhões em troca de renovação do contrato. A empresa contestar o valor na Justiça e teria que abrir mão da ação. Tanto a Aneel quanto a área técnica do ministério, contudo, consideraram que a exigência de pagar a multa em troca do contrato seria ilegal.
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