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Carla Araújo

REPORTAGEM

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Dilma em 'alta': aliados defendem cargo no exterior; ONU e OEA são opções

Dilma durante cerimônia de posse de novos ministros - Fátima Meira/Futura Press/Estadão Conteúdo
Dilma durante cerimônia de posse de novos ministros Imagem: Fátima Meira/Futura Press/Estadão Conteúdo

e Letícia Casado, do UOL, em Brasília

04/01/2023 17h47Atualizada em 04/01/2023 18h55

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O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) ainda discutirá, em uma reunião a dois, o futuro de Dilma Rousseff (PT) em seu governo. A ex-presidente diz a auxiliares que não tem pretensões e que não fará nenhum pedido a Lula. Ela, no entanto, admite, segundo pessoas próximas ouvidas pela reportagem, que pode aceitar convites feitos pelo presidente.

Há a previsão de que nos próximos dias Lula chame Dilma para essa conversa reservada.

Dilma passou os últimos dias frequentando o Palácio do Planalto e foi aplaudida e homenageada em diversas posses, como a o do ministro da AGU, Jorge Messias, e a do Secretário de Comunicação, Paulo Pimenta.

Segundo aliados do novo governo, a possibilidade que vinha sendo defendida nos bastidores, de que a ex-presidente assumisse alguma embaixada, como a de Portugal ou da Argentina, tem diminuído e há conversas para que a ex-presidente receba algum tipo de cargo que não seja subordinado diretamente a Lula.

Há no cardápio de possíveis opções para acomodar Dilma vagas que podem ser ocupadas na ONU (Organização das Nações Unidas) e também na OEA (Organização dos Estados Americanos).

Dilma poderia ser indicada para a OEA como uma espécie de representante informal do governo. Entre suas funções, por exemplo, estaria a ideia de fazer reuniões prévias para Lula. Desta forma, Dilma poderia englobar a ação de vários ministérios.

Cargo de Bachelet?

Outro cargo que aliados acreditam que a ex-presidente poderia ocupar seria algo da mesma relevância do conquistado pela ex-presidente do Chile Michelle Bachelet, que foi alta comissária da ONU para os Direitos Humanos. A política chilena anunciou que não disputaria o segundo mandato — seu substituto é o austríaco Volker Türk.

A possibilidade, no entanto, encontra algumas barreiras e negociações regionais já que a escolha para o cargo é colegiada e os Estados Unidos possuem forte influência.

Lula já confirmou que sua primeira viagem será para Argentina, mas o Itamaraty tem costurado logo para os primeiros meses de governo um encontro de Lula com o presidente Joe Biden.

Dilma "satisfeita"

A ex-presidente entrou no Palácio do Planalto pela primeira vez após o impeachment (2016) no último domingo, na posse de Lula.
Desde então tem recebido homenagens nas cerimônias de posse no Planalto, nas quais tem sido muito aplaudida. Dilma confidenciou a algumas pessoas que a primeira sensação que teve foi de estranhamento.

Depois, afirmou que sabia que a justiça estava feita. "Nós voltamos presidente", disse Jorge Messias, ministro da AGU, em seu discurso de posse.

Sobre seu futuro no governo, Dilma "não quer conversa". Diz apenas que se o presidente Lula quiser falar sobre isso vai obviamente ouvir. Aliados da ex-presidente Dilma afirmam uma única coisa: "Ela não vai pedir nada".