Carla Araújo

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Comandante do Exército afastará militares alvos da PF

O comandante do Exército, general Tomás Paiva, já avisou internamente que os militares da ativa que são alvos da operação de hoje serão afastados de suas funções.

Segundo apurou a coluna, a avaliação feita pela cúpula do Exército é que as medidas judiciais contra os oficiais precisam ser respeitadas e que é preciso "individualizar a culpa" e que "quem errou tem que responder".

O Exército enviou equipes para acompanhar as operações da Polícia Federal hoje, com mandados autorizados pelo ministro Alexandre de Moraes, que envolveram oficiais. A medida é praxe para o caso de alguma resistência do oficial, por exemplo.

O comandante ainda está se inteirando do teor completo da decisão de Moraes e espera ver quais medidas cautelares foram impostas aos militares.

Mesmo assim, como forma preventiva, Tomás Paiva já avisou que quer os oficiais longe das suas funções.

Desde que chegou ao comando do Exército, em janeiro de 2023, Tomás Paiva tem tentado reforçar o caráter legalista dos militares e tem mantido uma relação alinhada com as decisões de Moraes.

É neste sentido que a medida cautelar de suspensão do exercício da função pública se faz necessária para evitar que os investigados que ainda estejam no exercício do cargo atuem deliberadamente para evitar que novos elementos indiciários sejam descobertos pela investigação ou realizem atos de gestão capazes de influenciar partícipes ou testemunhas, utilizando-se para tanto o exercício do poder hierárquico/disciplinar.
Alexandre de Moraes, do STF, em decisão sobre a operação de hoje

Quando Moraes determinou a soltura com tornozeleira eletrônica do tenente-coronel Mauro Cid, após a delação firmada, a cúpula militar se debruçou sobre os benefícios que deveriam ser mantidos. Ainda assim, ele foi afastado de suas funções.

Os militares da ativa que são alvos da operação de hoje são:

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"Tristeza" e "natureza política": Generais 4 estrelas como alvos

Apesar de apoiarem as decisões judiciais e até colaborarem com as investigações, a cúpula militar não nega o sentimento de "tristeza" com o envolvimento de quatro generais quatro estrelas com as investigações da Polícia Federal.

Generais ouvidos pela coluna argumentam que há uma chateação de ver antigos colegas tendo que dar explicações à Justiça.

Além de destacar que os quatro generais estão na reserva, Tomás Paiva tem dito que três deles —Braga Netto, Augusto Heleno, Paulo Sérgio Nogueira— estão sendo investigados por atos que supostamente cometeram em cargos de natureza política, como integrantes do governo Bolsonaro.

A cúpula do Exército avalia que o momento em relação aos antigos colegas de Alto Comando é de espera e respeito, já que todos têm direito ao devido processo legal e ao pleno exercício da defesa.

Em nota, o Centro de Comunicação Social do exército disse apenas que acompanha a operação deflagrada hoje "prestando todas as informações necessárias às investigações". Já a Marinha "reitera que não se manifesta sobre processos investigatórios em curso, sob sigilo, no âmbito do Poder Judiciário". "Consciente de sua missão constitucional, a Marinha reafirma que pauta sua conduta pela fiel observância da legislação, valores éticos e transparência."

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