Carla Araújo

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Reportagem

Anielle depõe à PF por 1 hora e meia sobre denúncias contra Silvio Almeida

A ministra da Igualdade Racial, Anielle Franco, foi ouvida por cerca de uma hora e meia nesta quarta-feira (2) na sede da Polícia Federal (PF), em Brasília, sobre denúncias de assédio cometido pelo ex-ministro dos Direitos Humanos Silvio Almeida. O depoimento terminou por volta das 11h30.

A assessoria da ministra informou que não se manifestaria sobre o assunto, já que as investigações ainda estão em curso.

Almeida foi demitido no início de setembro após acusações de assédio serem noticiadas pela imprensa. Conforme mostrou o UOL, Anielle confirmou a colegas ter sido uma das vítimas. Ele foi substituído no cargo por Macaé Evaristo.

A PF investiga o caso. O ministro André Mendonça, do STF (Supremo Tribunal Federal), autorizou o prosseguimento do inquérito, de forma sigilosa. A PF enviou ao STF o relato de uma testemunha. Com base nesse depoimento, viu evidências para abrir uma investigação preliminar de ofício, ou seja, sem ter havido pedido de outro órgão.

O caso também é investigado pela Ministério Público do Trabalho em Brasília e pela Comissão de Ética Pública da Presidência.

A ONG Me Too Brasil tornou públicas as acusações, feitas de forma anônima, após reportagem do site Metrópoles. A reportagem já citava a ministra Anielle como uma das vítimas.

Almeida nega as acusações. Em nota divulgada após a demissão, o ex-ministro disse que vai provar ser inocente.

Sob Almeida, o Ministério dos Direitos Humanos tinha denúncias de assédio moral e pedidos de demissão em série. Reportagem do UOL mostrou que esses episódios envolvendo a pasta até então comandada por Silvio Almeida ocorrem desde o início da gestão, em janeiro de 2023 — o ministro também nega essas acusações.

Ontem, o governo Lula (PT) lançou um plano contra assédio na administração pública, elaborado após o caso vir à tona. O plano visa "desenvolver um conjunto de ações coordenadas para prevenir o assédio e a discriminação" na administração pública federal. A portaria foi assinada no DOU (Diário Oficial da União) pela ministra da Gestão e Inovação, Esther Dweck.

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