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Covid: Mais de 50% da população apta não tomou dose de reforço, diz Saúde
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Mais da metade da população brasileira apta para tomar a dose de reforço contra a covid-19 não apareceu para completar a imunização. O dado consta no boletim epidemiológico especial publicado na última sexta-feira (4) pelo Ministério da Saúde. Os dados são referentes às vacinas registradas até o dia 21 de fevereiro.
Segundo o documento, 64,2 milhões de brasileiros a partir de 18 anos que receberam a segunda dose ou dose única há pelo menos 120 dias não compareceram ao local para nova vacinação. O número supera o de vacinados com a dose de reforço: 60,7 milhões.
Do total ainda sem dose de reforço, mais de 10 milhões (15,6%) são idosos, informa o boletim.
Faltosos por estado:
A dose de reforço da vacina contra a covid-19 se é necessária para garantir uma proteção mais completa contra o coronavírus. Todas as sociedades científicas, Ministério da Saúde e especialistas indicam que ela é fundamental para aumentar a imunidade e prevenir, em caso de adoecimento, de internações ou óbitos.
Seria a Ômicron?
A conta do número de faltosos do reforço inclui apenas aqueles que encerraram o ciclo vacinal, ou seja, uma dose de Janssen ou duas de AstraZeneca, Pfizer ou Coronavac há pelo menos 120 dias. Entretanto, há dois aspectos que podem impactar esses números.
O primeiro é o pico da ômicron. Quem teve covid-19 e tinha data para tomar a dose de reforço, precisou adiá-la. É necessário esperar 30 dias após o desaparecimento dos sintomas.
O adoecimento, no entanto, não torna a vacina dispensável, alerta a pediatra Melissa Palmieri, diretora da Sbim (Sociedade Brasileira de Imunizações) em São Paulo.
A doença não ocasiona uma produção robusta de anticorpos, nem cria uma imunidade duradoura. Por essa razão, é necessário que a pessoa tome a dose de reforço o mais rápido possível, assim que passe os 30 dias [após a infecção].
Melissa Palmieri, SBIm
Levando em conta o dado mais recente, de ontem, 66,5 milhões de brasileiros haviam tomado a dose de reforço, segundo o consórcio de veículos de imprensa, do qual o UOL faz parte.
O segundo aspecto apontado pelo ministério é que há um atraso na inserção dos dados da vacinação em muitos estados.
Segundo o boletim do ministério, somente 64,4% das doses aplicadas são inseridas na rede nacional de dados em um prazo de até dois dias. Das 355 milhões de doses registradas até 21 de fevereiro, 130 milhões de doses foram inseridas com mais de dois dias após a imunização —sendo 61,9 milhões disponibilizados a partir de 15 dias da vacinação.
"Esses fatos requerem desencadeamento de ações junto aos estados e municípios para identificar problemas relacionados ao atraso nesses registros e/ ou estratégias mais efetivas para a busca ativa dos faltosos, se for o caso, ou acelerar o processo de digitação e transmissão dos dados", alerta o ministério.
Falta coberturas em cidades e estados
O boletim também faz ressalvas para a baixa cobertura vacinal em alguns estados e faixas etárias. As menores coberturas vacinais, como esperado, estão entre crianças e adolescentes. No caso da faixa etária de 5 a 11 anos, até o dia 21 de fevereiro, apenas 24% da população estava com a dose 1 tomada.
A vacinação infantil é alvo de uma intensa campanha de desinformação desde sua aprovação pela Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) —inclusive do presidente Jair Bolsonaro— que gerou desconfiança na população.
Algo parecido ocorre também no caso dos adolescentes, em que todos os estados já tiveram ciclo de primeira e segunda dose completados ainda em 2021. Até 21 de fevereiro, oito estados tinham menos da metade de jovens da faixa etária completamente vacinados.
São eles (dados até de 21/02):
- BA - 45,9%
- PA - 46,1%
- MT - 47,5%
- PE - 48,3%
- AM - 48,9%
- TO - 49,7%
- MA - 49,7%
- AC - 49,9%
O boletim ainda alerta para a falta de homogeneidade da vacinação entre os estados.
Analisando os dados dos municípios, o ministério constatou que 24,8% (1.382 municípios) não alcançaram a cobertura vacinal adequada para a população idosa (60 anos ou mais), "sendo a maioria dos municípios pertencentes às UF das Regiões Norte e Nordeste".
Os estados da Região Norte apresentaram o pior desempenho quanto a homogeneidade das CV [coberturas vacinais], não alcançando índice satisfatório em nenhuma das faixas etárias avaliadas, à exceção do estado de RO para a população idosa. Ademais, os estados do MA, CE, PE, BA e RJ também não alcançaram o índice satisfatório de homogeneidade das coberturas.
Boletim do Ministério da Saúde
Para o ministério, mesmo com a redução de casos e óbitos, a covid-19 "ainda é preocupante" e cita receio "particular nos grupos etários mais velhos, tendo em vista serem de maior risco de adoecimento e morte".
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