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Alagoas vai para o 4º governador no ano, e amigo de Renan assumirá o estado
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O afastamento do governador Paulo Dantas (MDB) por decisão da ministra Laurita Vaz, do STJ (Superior Tribunal de Justiça), fará com que o estado de Alagoas tenha o seu quarto governador neste ano.
Quem assumirá o governo é o médico cardiologista José Wanderley Neto (MDB), que já tinha sido vice-governador de Alagoas entre 2007 e 2010, na gestão de Teotonio Vilela Filho (PSDB). Em 2 de outubro, ele foi eleito deputado estadual, indo para a Assembleia a partir de 2023.
Wanderley é um nome conhecido na medicina e na política alagoanas, além de ser um amigo próximo do senador Renan Calheiros (MDB-AL) —foi Renan um dos principais fiadores para o médico ser vice na chapa tampão de Paulo Dantas.
Renan também foi o nome responsável por articular que Wanderley fosse indicado pelo MDB para a chapa com Teotonio na eleição de 2006. Depois, os partidos romperam, e Renan apoiou ao governo Ronaldo Lessa (PDT) —que acabou derrotado pelo tucano.
Wanderley não quis falar com a imprensa, e até as 11h30 aguardava notificação oficial para tomar posse do cargo.
Idas e vindas
As idas e vindas têm algumas explicações que passam por renúncias, eleição indireta e, agora, investigação sobre eventual corrupção.
No início do ano, o governador era Renan Filho (MDB), eleito em 2014 e reeleito em 2018. Ele renunciou ao mandato em abril para concorrer —e vencer— a disputa para senador de Alagoas, em 2 de outubro.
Como o vice-governador de Renan, Luciano Barbosa (MDB), também havia renunciado ao cargo em 2020 para ser candidato a prefeito de Arapiraca —e ganhar a disputa—, era necessário realizar uma eleição para um mandato tampão até 31 de dezembro.
Terceiro na linha de sucessão, o presidente da Assembleia Legislativa, o deputado Marcelo Victor (MDB), abdicou do cargo temporário, porque, se assumisse, estaria impedido de disputar a reeleição para renovar seu mandato como parlamentar. Ele venceu e foi reeleito no domingo retrasado.
Com isso, o governo de Alagoas foi repassado entre 2 de abril ao dia 15 de maio, ao presidente do Tribunal de Justiça, o desembargador Klever Loureiro.
Nesse dia 15, a Assembleia realizou uma votação aberta após uma longa peleja judicial, e Dantas foi eleito com 21 dos 27 votos da Casa.
Hoje, porém, ele precisou deixar o cargo porque a ministra Laurita Vaz, do STJ, ordenou o seu afastamento cautelar por 180 dias para que a PF (Polícia Federal) possa aprofundar as investigações da operação Edema, que investiga crimes de organização criminosa, peculato e lavagem de dinheiro dentro da Assembleia Legislativa desde 2019.
Como o processo corre em segredo de Justiça, não houve mais detalhes sobre o afastamento. Entretanto, Paulo Dantas é um dos suspeitos investigados porque era deputado estadual até maio.
Até o momento, Paulo Dantas nem o governo do estado se pronunciaram sobre a decisão do STJ.
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