PA: O que se sabe sobre o misterioso barco que carregava cerca de 20 corpos
A PF encerrou no fim da noite de domingo (14) a operação de busca e resgate do barco onde estavam os corpos achados por pescadores. A embarcação chegou por volta das 23h30 no porto de Vila do Castelo.
O que se sabe e o que será feito
O barco tem 13 metros de comprimento e 2 metros de largura e foi fabricado com fibra de vidro. Ele foi encontrado por pescadores no sábado (13), em uma área conhecida como Barra do Quatipuru, próxima à praia de Ajuruteua, em Bragança, no nordeste do Pará. Não havia nenhuma identificação no barco.
A embarcação estava a cerca de 20 km do porto para onde foi levada e foi puxada por outro barco até o local. A operação teve início às 7h de ontem e durou mais de 16 horas.
Nesta segunda (15), a PF informou que não é possível precisar o número exato de corpos na embarcação, nem indicativos da nacionalidade do barco e das pessoas a bordo. Estima-se que estavam na embarcação cerca de 20 corpos.
Os corpos passam a partir de hoje por exames médico-legais e de perícia para identificação de todas as vítimas. Em vídeo, os pescadores que encontraram a embarcação citam que elas estavam sem roupa e em estado avançado de decomposição.
Investigação
O trabalho está sendo conduzido pela PF e conta com peritos criminais e papiloscopistas federais e segue o protocolo internacional de identificação de vítimas de desastres da Interpol. Participam também o Instituto Nacional de Criminalística e o Instituto Nacional de Identificação, de Brasília.
A principal linha de investigação é que o barco tenha saído da África com pessoas refugiadas com destino ao Brasil, mas não há confirmação.
A Marinha informou que o barco tinha dois acessos, um porão (onde também havia corpos) e ele não aparentava avarias no casco. A embarcação também não tinha motor. A perícia vai apontar se trata-se ou não de uma embarcação nacional.
O MPF (Ministério Público Federal) no Pará também abriu investigação nas áreas criminal e cível, que será realizada pela Procuradoria Regional dos Direitos do Cidadão.
No caso investigação criminal, será avaliado se houve crimes cometidos para eventual responsabilização penal de autores.
A ação de resgate do barco contou ainda com apoio da PM, Corpo de Bombeiros, Marinha, Guarda Municipal, Defesa Civil Municipal, Polícia Científica do Estado, Departamento Municipal de Mobilidade Urbana e Trânsito de Bragança.
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