Serial killer encara 1° júri por 18 mortes em Maceió; defesa alega loucura
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O ex-agente penitenciário Albino Santos de Lima, 42, senta hoje no banco dos réus para ser julgado no primeiro de 10 processos que responde por assassinatos praticados em Maceió. A pedido da Justiça, o júri popular do serial killer de Alagoas, como ficou conhecido, terá reforço policial devido à comoção popular gerada pelos casos.
Albino é acusado de 18 assassinatos na capital alagoana entre 2019 e 2024, alguns ainda sem denúncia por parte do MP-AL (Ministério Público de Alagoas). Ele está preso desde setembro do ano passado pelos crimes que confessou à polícia. O caso corre na 8ª Vara Criminal da Capital/Tribunal do Júri
Nesta sexta-feira, ele vai responder pela morte de Emerson Wagner da Silva e outra tentativa de assassinato no dia 21 de junho de 2024, no bairro da Ponta Grossa, periferia da capital alagoana. Se condenado, ele pode pegar até 50 anos de prisão (30 pelo homicídio praticado e 20 pela tentativa).
Como apenas uma pessoa será julgada e apenas quatro testemunhas devem ser ouvidas, o resultado do júri deve ser conhecido ainda nesta sexta-feira.
Teses
A tese da defesa de Albino é a inimputabilidade (ou seja, que ele não pode ser punido) por ter deficiência mental. "Ele tem problemas sérios com o entendimento da realidade, diz cometer esses crimes por estar possuído por alguma entidade. Ele não tinha conhecimento da brutalidade do fato que cometeu", alega o advogado Geoberto de Luna.
Ele diz que fazia isso cumprindo uma missão imputada por um suposto arcanjo Gabriel. Não era ele quem cometia, mas sim esse arcanjo: ele seria apenas o instrumento para isso. É uma questão da loucura dele. Minha tese de defesa é essa, nada mais do que isso.
Geoberto de Luna

O argumento de loucura, porém, é refutado pelo MP. "Defenderei a plena capacidade mental do acusado, baseando-se em prova técnica", diz o promotor Thiago Riff
, citando o laudo psiquiátrico produzido a pedido da defesa e autorizado pelo judiciário.Por conta desta capacidade cognitiva, o promotor diz que vai defender a aplicação da pena máxima. "O processo que irá a julgamento amanhã está muito bem instruído. As provas são cabais no sentido de que o acusado deve ser condenado pelos crimes que cometeu", afirma.
Albino era apontado como autor de dez mortes na capital alagoana entre 2023 e 2024. Mas com o aprofundamento das investigações, ele confessou mais 8 em fevereiro deste ano, e inquéritos foram reabertos pela polícia.
O caso

A denúncia contra Albino foi feita pelo MP-AL em 14 de outubro de 2024 e assinada pelo promotor Napoleão Amaral Franco. Consta que, no dia 21 de de junho do ano passado, Albino foi até a casa da namorada de Emerson, onde teria forçado a fechadura da residência. Ela então chamou Emerson, que estava no local, e ele foi e questionou o porquê de Albino estar ali.
Posteriormente, Emerson enviou um vídeo para a namorada dizendo que estava seguindo Albino, ao lado de um amigo que convidou para isso.
Nessa perseguição, Albino sacou uma arma de fogo e efetuou diversos disparos em Emerson, que morreu no local. Ele ainda disparou em direção ao outro jovem, que conseguiu fugir e não foi atingido.
"O motivo do crime seria o fato da vítima ter seguido o denunciado pelo bairro da Ponta Grossa por desconfiança de que este teria tentado adentrar a residência da namorada da vítima, evidenciando sua futilidade. A qualificadora por ter praticado o crime mediante recurso que tornou impossível a defesa da vítima", relata a denúncia.
15 comentários
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Pedro Luiz Dall Oglio
Código humrabi urgente no brasil
Walmor Barbosa Martins Jr
Juri? Perda de tempo. O STF vai soltar de qualquer forma.
Pedro Luiz Dall Oglio
Humrabi código nele urgente