Carolina Brígido

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Lewandowski toma posse com equipe feminina e estilo discreto

Com estilo mais discreto que o de Flávio Dino, seu antecessor no Ministério da Justiça, Ricardo Lewandowski toma posse nesta quinta-feira (1º) no comando da pasta. Em seguida, deve fazer um discurso breve e anunciar os integrantes de sua equipe.

Embora publicamente o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) tenha dado carta branca para o ministro escalar o time com quem vai trabalhar, na prática não foi bem assim. Os nomes dos integrantes do alto escalão foram submetidos ao Palácio do Planalto antes de se tornarem públicos.

Uma das recomendações de Lula e da primeira-dama, Janja, foi a inclusão de mulheres no primeiro escalão do Ministério da Justiça.

Como a coluna noticiou ontem, foram escolhidas ao menos quatro advogadas nesses postos: Marta Machado para a Secretaria Nacional de Política sobre Drogas; Sheila de Carvalho para a Secretaria de Acesso à Justiça; Estela Aranha para a Secretaria Nacional de Direitos Digitais e Ana Maria Mamede Neves para a chefia de gabinete.

Setores do PT também foram contemplados na nova equipe. O deputado petista Wadih Damous, atual titular da Secretaria Nacional do Consumidor, deve ser mantido no cargo. Jean Keiji Uema, assessor do ministro das Relações Institucionais, Alexandre Padilha, assumirá a Secretaria Nacional de Justiça.

Na cota pessoal, Lewandowski escolheu Manoel Carlos de Almeida para a Secretaria Executiva. O advogado foi foi secretário-geral do STF (Supremo Tribunal Federal) quando o ministro presidiu a corte.

Nomeado por Lula para o STF em 2006, Lewandowski era visto pelo presidente como o único integrante da corte que se manteve fiel ao PT. Na Operação Lava Jato, nadou contra a maré ao votar contra as decisões tomadas pelo ex-juiz Sergio Moro em Curitiba.

No mensalão, votou para absolver o ex-ministro da Casa Civil José Dirceu e o ex-presidente do PT José Genoino. Ficou vencido.

Em 2016, presidiu o julgamento do impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff no Senado. Foi dele a ideia de fatiar a votação da perda do mandato e da inabilitação para exercer funções públicas por oito anos. Os senadores tiraram o mandato de Dilma, mas preservaram os direitos políticos dela.

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À frente do Ministério da Justiça, o ministro deve voltar ao Congresso Nacional para prestar esclarecimentos aos parlamentares relativos à pasta. Parlamentares da oposição já anunciaram que querem ouvir de Lewandowski explicação sobre medidas de combate ao crime organizado adotadas pelo governo.

No ano passado, Flávio Dino atendeu a dezenas de convocações de parlamentares. Entrou em embates em várias situações. Em uma delas, chegou a dizer que integrante dos Vingadores, em resposta a Marco do Val (Podemos-ES), que se apresenta como membro da Swat. A expectativa é que, nessas ocasiões, o novo ministro seja mais discreto, até mesmo por não ter trilhado carreira política.

A cerimônia de posse de Lewandowski será de manhã, no Palácio do Planalto. À tarde, Dino vai transmitir o cargo ao novo ministro em outro evento, no Ministério da Justiça.

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Texto que relata acontecimentos, baseado em fatos e dados observados ou verificados diretamente pelo jornalista ou obtidos pelo acesso a fontes jornalísticas reconhecidas e confiáveis.

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