Carolina Brígido

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Reportagem

STJ exclui preferido de Lula dos finalistas da disputa para ministro

O STJ (Superior Tribunal de Justiça) deixou de incluir na lista tríplice para uma das duas vagas abertas para ministro da Corte o candidato favorito do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Ficou de fora o desembargador Rogério Favreto, do TRF (Tribunal Regional Federal) da 4ª Região.

Favreto ficou conhecido em 2018, quando concedeu um habeas corpus a Lula, que estava preso por ordem da Lava Jato. Em seguida, o TRF-4 cassou o benefício. Pela Constituição Federal, o presidente da República é obrigado a escolher um dos nomes incluídos na lista votada pelo STJ.

Em contrapartida, o STJ incluiu na lista os desembargadores do TRF-1 Carlos Brandão e Daniele Maranhão, ambos ligados ao ministro Kassio Nunes Marques, do STF (Supremo Tribunal Federal). O terceiro nome é de Marisa Santos, do TRF-3, apoiada pelo presidente do STJ, Herman Benjamin.

Neste momento, agradar o STF é uma boa estratégia para o STJ, já que foram encaminhadas para o Supremo as investigações sobre suposto esquema de venda de sentença no STJ. O caso ainda não chegou ao STF e, portanto, não foi designado um relator.

A notícia da existência de um esquema de venda de sentenças no STJ foi revelada há duas semanas pela revista Veja. Segundo a reportagem, confirmada pela coluna, há suspeita de que foram negociadas sentenças dos ministros Og Fernandes, Nancy Andrighi, Paulo Dias Moura e Isabel Gallotti.

A informação inicial era de que não havia suspeita contra nenhum ministro do tribunal. Em seguida, o colunista Aguirre Talento, do UOL, revelou que foi encontrado indício da participação de uma autoridade com direito a foro especial no STF (Supremo Tribunal Federal). Pela Constituição Federal, ministros do STJ são julgados perante o Supremo. A apuração corre sob sigilo e não foi revelado o nome da autoridade sob suspeita.

A primeira lista votada é destinada a magistrados da Justiça Federal. Foi excluído dos finalistas também o desembargador Ney Bello, do TRF-1, candidato do ministro do STF Gilmar Mendes.

A outra lista votada é composta de membros do Ministério Público. Os selecionados foram o procurador de Justiça Sammy Barbosa, do Acre; a procuradora Maria Caldas, de Alagoas; e o subprocurador-geral da República Carlos Frederico Santos.

A sessão começou fechada apenas para os ministros. Uma comissão interna do STJ apresentou uma espécie de dossiê com a vida pregressa dos candidatos. Esse documento foi confeccionado a partir de pesquisa de órgãos de inteligência, como a Polícia Federal. Em seguida, a sessão foi aberta para o público acompanhar a votação das listas. Pela primeira vez, a escolha foi feita por meio de uma urna eletrônica.

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As duas listas devem ser enviadas ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva ainda hoje, que escolherá os dois novos integrantes do STJ. Ele não tem prazo para tomar a decisão. Uma vez nomeados, eles serão submetidos a sabatina na CCJ (Comissão de Constituição e Justiça) do Senado.

Reportagem

Texto que relata acontecimentos, baseado em fatos e dados observados ou verificados diretamente pelo jornalista ou obtidos pelo acesso a fontes jornalísticas reconhecidas e confiáveis.

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