Witzel e a polícia do Rio sabem que o STF não proibiu operações nas favelas
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Boa parte dos policiais fluminenses reagiu com cinismo às restrições que o Supremo Tribunal Federal impôs às operações em favelas durante a pandemia. Como numa espécie de operação padrão, passaram a responsabilizar os ministros do Supremo por qualquer cobrança de atuação. O refrão repetido por chefões das polícias civil e militar é que o STF não permite que trabalhem.
Ontem, esse coro falacioso ganhou um reforço. Diante do confronto pesado no Complexo de São Carlos, o governador Wilson Witzel (PSC) usou o mesmo argumento.
Escreveu no Twitter: "A segurança pública é nossa prioridade, mas, por determinação judicial, a atuação das polícias está limitada no RJ". Embora não explicitada, a "determinação judicial" a que Witzel se refere é a decisão do STF.
Nada disso é verdade.
Nenhuma vírgula na determinação dos ministros impede a polícia de trabalhar. Basta que haja fundamentação sobre a importância da operação para que o trabalho policial seja liberado.
Tendo o governador trabalhado como juiz federal, impossivel acreditar que não saiba interpretar um texto jurídico.
O que acontece é que muitos agentes não gostam de atuar sob supervisão superior. Sabe-se das consequências nefastas das incursões nas favelas, feitas sem apoio da inteligência. As centenas de mortes causadas pela polícia são as mais notáveis.
Adepto do "tiro na cabecinha", Witzel quer que a polícia continue a disparar a esmo nas comunidades. O STF quer que os servidores da segurança pública ajam de forma profissional. Derrotados no tribunal, o governador do Rio e sua polícia criaram uma ficção para tentar vencer a guerra de narrativas.
Enquanto as autoridades fluminenses estão no mundo da lua, espalhando fake news sobre o Supremo, os criminosos avançam e a população do Rio fica desamparada no meio do tiroteio.
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