PCdoB tem candidato Bolsonaldo que elogia o presidente e ignora o comunismo
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Até o momento da posse de Jair Bolsonaro na Presidência da República, o metalúrgico Enaldo Rodrigues, de 63 anos, tinha uma rotina tranquila, tomada pela tarefa de instalar grades nas residências de Marituba, município paraense onde mora.
Desde o início de 2019, porém, a semelhança com o presidente mudou sua vida, a começar pelo nome. Os maritubenses passaram a chamá-lo de Bolsonaro nas ruas. Depois, houve a fusão do nome do ocupante do Palácio do Planalto com o seu. Nasceu assim o apelido: Bolsonaldo.
A popularidade repentina fez com que recebesse convites para disputar uma das 15 vagas à Câmara Municipal da cidade nas eleições. Bolsonaldo gostou da ideia.
A escolha da legenda, porém, contrasta com o apelido que o tornou famoso na cidade. Bolsonaldo é candidato a vereador pelo PCdoB, partido que representa o comunismo, ideologia frequentemente atacada pelo presidente e seus apoiadores.
Contraditório, nega que seja comunista. "Graças a Deus que não", afirma.
Bolsonaldo explica que fez a opção pelo PCdoB por causa da amizade que tem com o presidente do partido, que é candidato a prefeito, e pela coveniência. "Eu não sou do comunismo, mas esse foi o meio mais fácil de chegar à eleição", justifica-se.
Argumenta também que não tem preconceito com relação a legendas. "Até porque quem vai dominar não é o partido, mas quem está dentro do mandato. Tem pessoas boas e ruins em todos os partidos", diz ele.
O candidato diz que não conhece nada sobre as propostas do comunismo. "Não tenho muito contato com essas coisas. Não me interessei, porque sou pelo povo e não me ligo muito nesses assuntos", argumenta.
O "Bolsonaro de Marituba" votou duas vezes em Lula, elogia os programas sociais do ex-presidente petista, como o Bolsa Família, mas lamenta que ele tenha se afastado do "caminho do bem". Na sua avaliação, foi na época "daquela menina" (refere-se à ex-presidente Dilma Rousseff) que começaram os problemas. "Foi ali que Lula tropeçou nas próprias pernas", analisa.
Hoje se diz satisfeito com o atual presidente, que tem grande popularidade no município de 120 mil habitantes.
"Uns perguntam até quando vai o auxílio emergencial", diz Bolsonaldo. "Eu digo que vai até dezembro (risos)". Muitos comentam a redução do valor mensal de R$ 600 para R$ 300. "Mas está bom, já é uma ajuda", defende. O candidato do PCdoB acha que no ano que vem a pandemia terá acabado e as pessoas terão que "arregaçar as mangas e trabalhar".
Nas caminhadas em campanha pela cidade, tanto assume bem-humorado o papel de presidente, quanto brinca de ser o irmão de Bolsonaro.
Não tem pesquisas para guiar a estratégia de campanha, mas mantém o otimismo, baseado em seu levantamento informal. "Se tirar foto com o povo fosse voto, eu já poderia me considerar o candidato mais votado", graceja Bolsonaldo.
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