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Chico Alves

REPORTAGEM

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Zambelli espalha mentiras sobre relatório da Defesa em grupos de mensagens

Deputada Carla Zambelli - Reprodução de vídeo
Deputada Carla Zambelli Imagem: Reprodução de vídeo

Colunista do UOL

10/11/2022 07h53

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Mesmo depois de ter suspensas suas contas em várias plataformas de redes sociais, a deputada Carla Zambelli (PL-SP) continua divulgando mentiras contra o processo eleitoral brasileiro. Em vídeo que circula desde ontem em grupos no WhatsApp e Telegram, ela trata do relatório do Ministério da Defesa sobre o funcionamento das urnas eletrônicas e propaga fake news, entre elas a de que as Forças Armadas não teriam conseguido o código-fonte do sistema.

Na verdade, o acesso ao código-fonte foi dado pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) em outubro do ano passado a todos os grupos fiscalizadores convidados pela corte e o próprio texto dos militares informa isso.

Em meio a investigação sobre o episódio ocorrido na véspera do segundo turno da eleição, em que a deputada usou uma arma ao perseguir e dominar um homem negro com quem discutiu, em São Paulo, ela viajou para os Estados Unidos há uma semana. Zambelli também é investigada no STF (Supremo Tribunal Federal) por integrar uma milícia digital que propaga mentiras contra as instituições da República.

No vídeo gravado ontem à noite, a deputada fala no banco do carona de um automóvel e afirma ser "auditora". "A gente não tem o código-fonte, que é o código que dá acesso a toda programação que existe dentro da urna", diz ela.

"Essa informação foi solicitada pelas Forças Armadas desde muito antes da eleição, quando foi formada aquela comissão da transparência, lembra?". Zambelli diz que oficiou às Forças Armadas e ao TSE solicitando esse código-fonte e "nunca foi verificado nada disso".

A informação é totalmente inverídica, já que o código-fonte foi liberado para as 26 entidades fiscalizadoras um ano antes da eleição. Inclusive, um dos momentos mais constrangedores no processo em que o Ministério da Defesa questionava a credibilidade da urna eletrônica foi justamente quando, em agosto desse ano, ofício do ministro Paulo Sérgio Nogueira cobrava acesso ao código e ele foi informado pelo TSE que o item estava à disposição da pasta há oito meses, sem que tivesse sido solicitado pelo ministro.

Além disso, a deputada alega no vídeo que a "auditoria" dos militares ficou prejudicada porque o Brasil não tem voto impresso.

A propagação massiva de fake news sobre adversários políticos e sobre o processo eleitoral levou o TSE a determinar a suspensão das contas de Zambelli nas plataformas Facebook, Instagram, Twitter, TikTok, LinkedIn, YouTube, WhatsApp, Telegram e Gettr. No entanto, ela continua a propagar mentiras nos aplicativos de mensagens, por meio de grupos e contas de terceiros.

A contestação ao resultado da eleição, em que Luiz Inácio Lula da Silva venceu Jair Bolsonaro e tornou-se presidente eleito, é a pauta de grupos golpistas que se reúnem à beira de rodovias e à frente de quartéis do Exército em vários estados.