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Aliados de Lula comparam isolamento do presidente ao de Dilma
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Em cinco meses de governo de Lula, virou decepção a expectativa de que o presidente repetisse a performance de outros mandatos, quando usou todo seu talento de negociador para garantir apoio no Congresso. Diante de cenário político muito mais hostil, em que parlamentares do Centrão acostumados ao orçamento secreto só entendem a linguagem do "toma lá, dá cá", o petista mostrou-se surpreendentemente inacessível aos políticos.
"Parece a Dilma", comentou à coluna um integrante do Executivo, numa referência à ex-presidente conhecida por ter pouca paciência para negociações partidárias.
Parte desse distanciamento se deve à sequência de viagens ao exterior em que Lula buscou resgatar a importância do Brasil na diplomacia mundial, depois de quatro anos de Jair Bolsonaro. No entanto, mesmo quando permaneceu no país se mostrou inacessível às lideranças dos partidos.
Alguns auxiliares do presidente dizem que outro motivo é a excessiva preocupação da primeira-dama, Rosângela Lula da Silva, a Janja, com a saúde do marido. Isso também teria contribuído para a restrição das visitas à Lula.
Na quinta-feira (24), no dia seguinte ao tratoraço ocorrido na Câmara, em que o Centrão impôs várias derrotas ao governo, o presidente deu a entender que vai se envolver mais na articulação política.
"Agora começou o jogo", disse ele, após os deputados terem decidido pela flexibilização do Código Florestal, avanço da votação do Marco Temporal e esvaziamento dos ministérios do Meio Ambiente e Povos Indígenas.
Ontem, Lula participou pela manhã da reunião com os ministros para tentar reverter parte dos prejuízos da MP dos ministérios. À noite, esteve em um churrasco com políticos.
"Vamos ver se agora a ficha caiu", diz um integrante da equipe do Palácio do Planalto.
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