Jamil Chade

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Opinião

Resposta ao caso de Marielle definirá a credibilidade do Brasil no mundo

Não basta montar um cartaz gigante ou traduzir nos idiomas oficiais da ONU o slogan "o Brasil voltou".

A forma pela qual o país será visto, considerado e respeitado no exterior no campo dos direitos humanos dependerá de como irá dar uma solução real e contundente ao assassinato de Marielle Franco.

A avaliação de membros do alto escalão da ONU e de governos estrangeiros é de que, independente dos discursos que o governo Lula possa fazer sobre direitos humanos, dar uma resposta ao crime político definirá se o mundo voltou a falar com um país que zela por sua democracia e se está comprometido em promover uma revolução no que se refere aos direitos fundamentais no país.

Marielle Franco, em muitos sentidos, vive ainda em seu papel político. Ela é um estado da constatação da presença ou não da Justiça num país que ainda vive para superar seu passado e presente de violência.

Impune, o crime contra a vereadora será o espelho de toda a incapacidade de a Justiça lidar com as dores e lágrimas de milhares de vítimas.

Impune, o crime é o sinal de que o espaço cívico não pertence a todos e que mulheres e negros continuam ocupando um lugar periférico na definição do destino do país.

Impune, o crime questiona se podemos nos denominar realmente de democracia.

A delação do ex-PM Elcio de Queiroz encerra a investigação sobre quem apertou o gatilho. Mas não sobre os mandantes.

Será só quando esses forem identificados e levados aos tribunais que o mundo, ativistas, instituições de direitos humanos levarão à sério a frase: "o Brasil voltou".

Opinião

Texto em que o autor apresenta e defende suas ideias e opiniões, a partir da interpretação de fatos e dados.

** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do UOL

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