Jamil Chade

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Egito convida Lula para cúpula sobre Gaza; presidente enviará representante

O governo do Egito enviou um convite ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva para que o brasileiro participe de uma cúpula para lidar com a crise no Oriente Médio. A reunião ocorrerá no sábado (21), no Cairo, e tem como objetivo ainda lidar com a questão humanitária, a saída de estrangeiros da Faixa de Gaza e a criação de corredores de abastecimento de alimentos e remédios.

Fontes de alto escalão do Palácio do Planalto confirmaram que o convite foi destinado ao presidente Lula. Mas ele não tem autorização para pegar aviões — ainda está se recuperando de uma cirurgia.

O governo brasileiro debate, neste momento, quem irá participar da cúpula. Mas já há uma definição de que o país estará presente.

Uma das opções poderia ser a ida do chanceler Mauro Vieira. Mas o diplomata viaja para Nova York para presidir reuniões do Conselho de Segurança da ONU. O Brasil é o presidente do órgão no mês de outubro e, portanto, a presença do ministro é considerada indispensável.

Outra alternativa seria ainda a participação do assessor especial da presidência, Celso Amorim. Amplo conhecedor da região e com contatos em todos os países no Oriente Médio, o embaixador esteve envolvido na costura das ligações de Lula para presidentes de países árabes, para Israel e Irã na busca de uma solução para os brasileiros que estão na Faixa de Gaza.

Além do Brasil, participarão do evento governos como o do Qatar — que tenta negociar uma liberação dos reféns israelenses feitos pelo Hamas —, Iraque, Turquia e Jordânia.

A Espanha, que preside neste semestre a União Europeia, também foi convidada. O Egito ainda consultou a possibilidade da presença da primeira-ministra da Itália, Giorgia Meloni.

Nesta quarta-feira (18), porém, o presidente do Egito, Abdel Fattah al-Sisi, deixou claro que uma abertura indiscriminada de sua fronteira para refugiados palestinos não ocorrerá. Ele citou pelo menos três motivos para sua recusa.

O primeiro seria o esvaziamento da causa palestina, caso essa população saia de Gaza. Outro elemento que ele alerta é o da segurança. Para o Egito, o temor é que milhares de palestinos se instalem no Sinai, região que por anos foi alvo de forte instabilidade.

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O receio é que, se isso ocorrer, Israel passará a atacar o território egípcio cada vez que voltar a se sentir ameaçado por algum dos grupos islâmicos palestinos. Isso, portanto, reabriria a tensão entre Egito e Israel, um capítulo fechado na relação entre os dois países.

Outro argumento do Egito é que o desembarque desses grupos no país poderia significar uma ameaça à própria estabilidade do regime.

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