Brasil sai em apoio ao chefe da ONU diante de escalada de tensão com Israel
O governo brasileiro demonstrou, nesta quarta-feira, seu apoio ao secretário-geral da ONU, António Guterres, diante dos ataques que ele vem sofrendo por parte do governo de Israel.
Nas redes sociais, o Itamaraty afirmou:
Pouco antes da abertura da sessão de hoje do Conselho de Segurança da ONU, o ministro Mauro Vieira expressou ao secretário-geral da ONU, António Guterres, o reconhecimento do governo brasileiro pelo trabalho liderado por ele ao longo da atual crise em Israel e Gaza.
Na terça-feira, Israel pediu a renúncia do chefe da ONU, sob a alegação de que ele teria desrespeitado as vítimas do Hamas. Tel Aviv ainda anunciou que não dará visto a nenhum funcionário da ONU e descreveu a fala do português como "imoral".
A atitude de Israel foi respondida por uma dezena de países. Governos europeus e de outras partes do mundo emitiram declarações de solidariedade ao secretário-geral.
O próprio Guterres optou por se pronunciar nesta quarta-feira, diante da repercussão do caso na opinião pública de Israel.
Estou chocado com as interpretações erradas feitas sobre minha declaração ao Conselho de Segurança, como se eu estivesse justificando os atos de terror do Hamas
António Guterres
"Isso é falso. Foi exatamente o contrário", garantiu o secretário. Ele lembrou que, em seu discurso, afirmou que condenou "inequivocamente os horríveis e sem precedentes atos de terror de 7 de outubro do Hamas em Israel".
"Nada pode justificar a morte deliberada, os ferimentos e o rapto de civis —ou o lançamento de mísseis contra alvos civis", disse.
Na verdade, falei das queixas do povo palestino e, ao fazê-lo, também afirmei claramente, e passo a citar: as queixas do povo palestino não podem justificar os terríveis ataques do Hamas.
António Guterres
"Penso que era necessário esclarecer as coisas, nomeadamente por respeito às vítimas e às suas famílias", completou.
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