Jamil Chade

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Lula, Biden e mais líderes pressionam Hamas para soltar reféns; grupo reage

Os presidentes Luiz Inácio Lula da Silva, Joe Biden e outros 16 líderes assinaram uma declaração conjunta pedindo que o Hamas libere os reféns que mantém desde outubro do ano passado, quando o grupo extremista realizou ataques terroristas a Israel.

O documento foi divulgado hoje, sob o argumento de que tal gesto poderia resultar num cessar-fogo em Gaza.

"Pedimos a libertação imediata de todos os reféns mantidos pelo Hamas em Gaza há mais de 200 dias. Entre eles estão nossos próprios cidadãos", escreveram os líderes. Eles representam países que têm cidadãos que estão presos ou desaparecidos em Gaza.

Também assinaram Argentina, Áustria, Bulgária, Canadá, Colômbia, Dinamarca, França, Alemanha, Hungria, Polônia, Portugal, Romênia, Sérvia, Espanha, Tailândia e Reino Unido.

Hamas responde

Horas depois do anúncio da declaração conjunta, o grupo palestino insistiu que uma pressão americana "não tem peso" e que qualquer libertação de reféns apenas ocorreria com o fim da guerra de Israel sobre Gaza.

O que diz o documento dos 18 países

Há uma crescente preocupação por conta da saúde dos reféns, depois de mais de seis meses de cativeiro.

"O destino dos reféns e da população civil em Gaza, que são protegidos pela lei internacional, é de interesse internacional", declararam os líderes.

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Enfatizamos que o acordo sobre a mesa para libertar os reféns traria um cessar-fogo imediato e prolongado em Gaza, o que facilitaria um aumento da assistência humanitária adicional necessária a ser entregue em toda a Faixa de Gaza e levaria ao fim das hostilidades com credibilidade.

"Os habitantes de Gaza poderiam voltar para suas casas e suas terras com preparativos prévios para garantir abrigo e provisões humanitárias."

"Apoiamos firmemente os esforços de mediação em andamento para trazer nosso povo de volta para casa", disseram os líderes. "Reiteramos nosso apelo ao Hamas para que liberte os reféns e que ponhamos fim a essa crise para que, coletivamente, possamos concentrar nossos esforços em trazer paz e estabilidade à região", completaram.

Negociação e mal-estar

A postura do Brasil sempre foi, na ONU, de condenar os atos do Hamas e de pedir que o grupo palestino liberte os reféns. O gesto, agora, serve para que a diplomacia sinalize que sempre esteve ao lado de um processo de negociação, ainda que as críticas de Lula contra Israel tenham levado o governo de Benjamin Netanyahu a declarar o brasileiro como "persona non grata" e a uma retirada do embaixador do Brasil de Tel Aviv.

Diplomatas confirmaram ao UOL que houve uma tentativa de fazer uma declaração dos líderes nas primeiras semanas da guerra. Porém, não houve um acordo sobre os termos que seriam usados.

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Para convencer todos os países, o governo americano apresentou detalhes de como estão as negociações entre Israel e Hamas, alegando que seriam os palestinos que estariam dificultando um acordo.

O Hamas nega. Mas a declaração conjunta coloca agora pressão sobre os palestinos.

Um dos planos seria o de libertar mulheres, idosos e crianças, além de pessoas feridas. Com isso, um cessar-fogo poderia ser negociado. Mas a versão é contestada pelos palestinos, que temem que o governo de Benjamin Netanyahu não cumpra o acordo.

Reportagem

Texto que relata acontecimentos, baseado em fatos e dados observados ou verificados diretamente pelo jornalista ou obtidos pelo acesso a fontes jornalísticas reconhecidas e confiáveis.

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