Jamil Chade

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Brasil bate recorde de exportação para Oriente Médio, apesar de sanções

O fluxo de exportações brasileiras para o Oriente Médio bateu um recorde no primeiro semestre de 2024, apesar da instabilidade na região e das sanções adotadas por algumas das maiores potências contra o Irã e seus parceiros. Os dados fazem parte dos levantamentos realizados pela ApexBrasil.

O valor total exportado pelas empresas brasileiras nos seis primeiros meses do ano foi de US$ 8,8 bilhões, 25,8% maior que o montante vendido pelo Brasil em 2023. Os principais destinos foram os Emirados Árabes Unidos, a Arábia Saudita e o Irã, que sofre duras sanções por parte dos EUA e da Europa.

A relação comercial e até política entre os países dos Brics como o Irã tem gerado debates no governo americano. Em junho e no começo de julho, o governo americano ampliou as sanções e passou a incluir empresas dos Emirados Árabes que fazem a triangulação e transporte de comércio de petróleo do restante do mundo com os iranianos.

Ainda que houvesse uma esperança de uma normalização das relações entre os EUA e o Irã durante o governo de Barack Obama (2009 a 2017), o governo de Donald Trump (2017 a 2021) rompeu com os entendimentos e voltou a impor o embargo. Nos últimos meses, as acusações de um envolvimento dos iranianos na estrutura do Hamas também impediram que houvesse qualquer diálogo com Teerã.

Em abril, por exemplo, o governo de Joe Biden incrementou as medidas de sanções contra os iranianos.

Brasil tem conseguido driblar essa tensão

De acordo com o levantamento, as vendas de açúcares e melaços para a região cresceram em 91,2% na comparação com o primeiro semestre do ano passado e foram o principal item exportado, correspondendo a quase 20% da pauta comercial.

Outros produtos com crescimento expressivo foram café não torrado, carnes bovina e de aves, bagaços e outros resíduos sólidos da extração do óleo de soja.

Com aumento nas vendas da ordem de 73,9%, o mercado dos Emirados Árabes Unidos foi o principal destino das exportações brasileiros para o Oriente Médio no primeiro semestre. Apenas nos seis primeiros meses do ano, as exportações chegaram a US$ 2,5 bilhões.

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As exportações de açúcares e melaços cresceram 319% e as de carne bovina fresca 249%.

Conforme outro estudo da ApexBrasil, o Perfil de Comércio e Investimentos Emirados Árabes Unidos, uma característica da relação comercial entre os dois países é a participação destacada dos produtos brasileiros no mercado total dos Emirados nos três principais segmentos da exportação.

No setor de carnes de aves, o Brasil representa 78% do comércio, 51% em açúcares e melaços e 31% em carne bovina. Nesses itens, o Brasil é o principal fornecedor do país.

De acordo com o informe mensal da Apex, o Brasil somou uma exportação de 167 bilhões nos seis primeiros meses do ano, um recorde e 1,4% acima do volume de 2023.

Apesar de uma queda dos preços das exportações em 3,9% no período, o volume de vendas subiu em 6%.

O aumento para o Oriente Médio foi o mais intenso, ainda que a expansão para a África tenha sido de 21%, de 12% para os EUA e de 3,9% para a China, o maior destino das exportações nacionais.

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No primeiro semestre do ano, o Brasil vendeu US$ 51 bilhões para os chineses, contra apenas US$ 19,2 bilhões para o mercado americano e US$ 29 bilhões para a Europa.

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Texto que relata acontecimentos, baseado em fatos e dados observados ou verificados diretamente pelo jornalista ou obtidos pelo acesso a fontes jornalísticas reconhecidas e confiáveis.

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