EUA adotam sanções contra 16 aliados de Maduro por obstruírem eleição
O Tesouro dos EUA anunciou nesta quinta-feira (12) a adoção de novas sanções contra 16 aliados de Nicolás Maduro. Eles seriam responsáveis por "obstruir um processo eleitoral presidencial competitivo e inclusivo na Venezuela e violar os direitos civis e humanos".
Trata-se da primeira medida adotada pela Casa Branca depois da polêmica eleição de julho. O governo de Nicolás Maduro anunciou que venceu, sem revelar as provas das atas eleitorais.
Os indivíduos sancionados incluem líderes do Conselho Nacional Eleitoral (CNE) e do Supremo Tribunal de Justiça (TSJ), alinhados a Maduro. Segundo o governo Biden, eles "impediram um processo eleitoral transparente e a divulgação de resultados eleitorais precisos, bem como militares, funcionários de inteligência e do governo responsáveis por intensificar a repressão por meio de intimidação, detenções indiscriminadas e censura".
Os funcionários foram nomeados por Nicolás Maduro, alvo de sanções desde 2017.
"Hoje, os Estados Unidos estão tomando medidas decisivas contra Maduro e seus representantes por sua repressão ao povo venezuelano e pela negação dos direitos de seus cidadãos a uma eleição livre e justa", disse o vice-secretário do Tesouro, Wally Adeyemo.
"O Departamento do Tesouro está visando os principais funcionários envolvidos nas alegações fraudulentas e ilegítimas de vitória de Maduro e sua brutal repressão à liberdade de expressão após a eleição, já que a esmagadora maioria dos venezuelanos clama por mudanças. O governo Biden-Harris continuará a usar nossas ferramentas para responsabilizar Maduro e seus comparsas e apoiar as aspirações democráticas do povo venezuelano", disse.
A partir de hoje, o Departamento de Estado impôs novas restrições de visto aos funcionários alinhados a Maduro "que prejudicaram o processo eleitoral na Venezuela e são responsáveis por atos de repressão".
"Com essas restrições de visto recém-impostas, cerca de 2.000 pessoas foram sujeitas a restrições de visto por seu papel em minar a democracia, corrupção significativa e violações de direitos humanos", afirma o governo americano.
Como resultado da ação de hoje, todas as propriedades e interesses em propriedades das pessoas sancionadas que estejam nos Estados Unidos ou na posse ou controle de pessoas dos EUA passam a ser bloqueadas.
"Além disso, todas as entidades que pertencem, direta ou indiretamente, individualmente ou em conjunto, a 50% ou mais de uma ou mais pessoas bloqueadas também são bloqueadas", afirmou.
Entre as pessoas atingidas pela medida estão os juízes da corte suprema, como Inocencio Antonio Figueroa Arizaleta, Malaquias Gil Rodriguez, Juan Carlos Hidalgo Pandares, Caryslia Beatriz Rodriguez Rodriguez e Fanny Beatriz Marquez Cordero.
O magistrado Edward Miguel Briceno Cisneros, que ordenou a prisão do opositor Edmundo Gonzalez, também está na lista, assim como o procurador Luis Ernesto Duenez Reyes.
Os membros da Comissão Nacional Eleitoral também foram sancionados, entre eles Rosalba Gil Pacheco, que declarou Maduro como vencedor.
Lula tentou convencer Biden a abandonar as sanções
Ao longo dos anos, os diferentes governos americanos adotaram cerca de 900 sanções contra a Venezuela. A esperança era de que o pacote de medidas iria asfixiar o governo Maduro. Em março de 2023, em Washington, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva tentou convencer a Casa Branca a abandonar a estratégia.
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JAMIL CHADE
Todo sábado, Jamil escreve sobre temas sociais para uma personalidade com base em sua carreira de correspondente.
Quero receberWashington, interessado no petróleo venezuelano, vinculou a retirada das sanções à realização de eleições justas e transparentes. Com o resultado de julho, a opção foi por retomar as medidas.
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