Brasil articula viagem de Biden à Amazônia ainda neste ano
O Palácio do Planalto está articulando junto ao governo dos Estados Unidos uma visita do presidente Joe Biden à Amazônia para o final deste ano. O dirigente norte-americano vem ao Brasil para a cúpula do G20, no Rio de Janeiro, em novembro, e existe uma tentativa de ambos os lados para que ele faça a parada no bioma amazônico.
Biden e Lula se encontraram hoje (24) nos bastidores da Assembleia Geral da ONU, em Nova York, onde ambos discursaram. Na saída, o brasileiro confirmou a tentativa de levar o colega para a Amazônia, mas não comentou os problemas de ontem da delegação brasileira com a segurança do presidente americano, que levaram Lula a cancelar participação em um evento da fundação do ex-presidente Bill Clinton.
O Brasil avalia que foi muito positiva a passagem de outro presidente, o francês Emmanuel Macron, pela Amazônia em março deste ano. Portanto, levar Biden também representaria uma agenda interessante.
Pelo lado dos Estados Unidos, o que fontes americanas dizem é que a visita seria positiva para a reputação de Biden e para a conclusão de seu mandato. O presidente desistiu de concorrer à reeleição, abrindo caminho para sua vice, Kamala Harris, disputar o cargo com o ex-presidente Donald Trump.
O aspecto que mais preocupa para a concretização da visita é o da segurança. Outro ponto considerado é que a agenda precisaria acontecer em um contexto em que queimadas e outros problemas ambientais estejam relativamente controlados ou pelo menos reduzidos, para não criar uma situação na qual exista uma viagem com intuito positivo que acabe escancarando um problema ainda maior.
Do lado do governo brasileiro, se confirmada a visita, seria uma chancela a uma política ambiental que tenta se mostrar sólida e, ao mesmo tempo, um fortalecimento da ambição do próprio presidente de se apresentar como um líder na questão ambiental.
O governo brasileiro decidiu colocar a Amazônia na tentativa de rota dos principais líderes internacionais num esforço de mostrar que não se trata apenas de uma questão ambiental, mas também de desenvolvimento econômico e de tecnologia — principalmente biotecnologia —, além de reafirmar a soberania na região.
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