Jamil Chade

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Reportagem

Assessores do governo indicaram necessidade de plano de resgate no Líbano

Assessores do governo brasileiro alertaram sobre a necessidade de se preparar um plano de resgate dos brasileiros no Líbano há mais de um mês. O Itamaraty garante que já trabalha no dossiê desde a intensificação dos conflitos entre o Hezbollah e Israel.

Cerca 20 mil brasileiros vivem no Líbano. Inicialmente, a embaixada do país em Beirute enviou mensagens à comunidade local sugerindo que deixassem a região por meios próprios. Na segunda-feira (23), o Itamaraty enviou uma nova instrução para sua representação em Beirute, pedindo que fosse iniciado um processo de consultas para saber quem precisaria de ajuda do estado para deixar o país.

Mas, há mais de um mês, reuniões entre o Itamaraty e áreas da Defesa já indicaram que o risco de um conflito mais intenso deveria levar o governo a preparar um plano de resgate. Ao UOL, membros do governo que estiveram nesses encontros confirmaram que já estava claro, naquele momento, que as estratégias e rotas precisariam começar a ser pensadas.

O Ministério das Relações Exteriores diz que vem trabalhando nesse plano e argumenta que só não foi iniciada antes a consulta aos brasileiros por temor de que isso gerasse uma expectativa e, num local de alta tensão, a mera pergunta poderia causar ampliar o clima de incerteza.

Agora, o governo tenta entender quantas pessoas vão precisar de ajuda para poder estabelecer a dimensão do resgate. Enquanto isso, a FAB diz que está pronta para cumprir a missão determinada pelo Itamaraty.

As autoridades apontam também que o aeroporto de Beirute continua aberto e que parentes do primeiro brasileiro morto nesta semana conseguiram viajar ao Brasil, usando rotas comerciais.

O governo ainda estima que vem tendo êxitos nas operações de resgate na região, tanto nos diversos voos para repatriar brasileiros em Israel como na missão em Gaza.

Rotas de fuga: negociação em Nova York

Nesta sexta-feira, o governo brasileiro irá conversar com autoridades sírias, de passagem pela ONU em Nova York.

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Uma das sugestões passadas por diplomatas no mês passado era de que um plano usasse a cidade de Latakia, na Síria, para que tanto navios como aviões da FAB pudessem chegar. O local é controlado pelos russos e a recomendação foi de que o governo brasileiro entrasse em contato também com as autoridades russas.

Se dezenas de países cortaram relações com o governo de Vladimir Putin, desde o início da guerra na Ucrânia, o Brasil manteve todos os canais abertos, com diferentes chamadas telefônicas entre Lula e o presidente russo.

Foi recomendado ainda que um adido militar brasileiro em Beirute fizesse consultas na região para avaliar como seria a melhor forma de retirar os brasileiros.

Uma reunião entre o chanceler Mauro Vieira e o governo da Síria está marcada para ocorrer na sexta-feira, em Nova York e às margens da Assembleia Geral da ONU. Se houver dificuldades, Vieira ainda estará com o chanceler russo, Sergei Lavrov, e poderá incluir o tema na agenda. Moscou tem uma base no local sírio onde os brasileiros consideram como uma possível rota de fuga.

Reportagem

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