Jamil Chade

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Brasileira dará seu 1º voto para Kamala e teme violência na eleição dos EUA

Suzane Sena, 43, não esconde seu orgulho de votar pela primeira vez na eleição americana. A baiana que vive há quase uma década nos EUA não hesita em declarar seu apoio à candidata democrata Kamala Harris — mas tampouco esconde sua preocupação diante do risco de uma eclosão da violência.

Em entrevista ao UOL, a brasileira que há três anos conseguiu sua cidadania americana ainda fala sobre a xenofobia crescente contra imigrantes. Eis os principais trechos da conversa:

UOL: O que representa para você votar num país fora daquele onde você nasceu?

Suzana Sena: Vejo isso como uma extrema responsabilidade, especialmente entendendo que o que acontece nas eleições americanas reverbera mundo afora.

Como foi seu percurso até aqui nos EUA?

Vim da Bahia para visitar minha irmã. Mas decidi ficar para estudar inglês, atuação e produção cultural. Consegui fazer um estágio em alguns espetáculos da Broadway, como Spiderman e Promise, Promise. Alguns anos depois, abri minha própria produtora Cultural, a Osupa Productions.

Suzane Sena, brasileira, vai votar pela primeira vez na eleição americana
Suzane Sena, brasileira, vai votar pela primeira vez na eleição americana Imagem: Arquivo pessoal

Quem terá teu voto e por qual motivo?

Sem muito esforço a Kamala (Harris) certamente terá meu voto. Essa eleição será histórica. A possibilidade de eleger uma mulher negra extremamente bem educada e preparada logo na minha primeira eleição me alegra muito.

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Vimos na campanha eleitoral como o tema da imigração tem sido usada. Como você avalia isso?

Esse sempre foi um assunto muito delicado, mas certamente nas últimas eleições isso se intensificou com a política perversa de perseguição e xenofobia do ex-presidente Donald Trump.

Assim que ele tomou posse (em 2017), ele aumentou consideravelmente todas as taxas para solicitação do green card, impossibilitando o acesso dos documentos para várias pessoas. Além de emitir abertamente a opinião dele culpabilizando os imigrantes por todo os problemas da nação. A política imigratória é cada vez pior.

A realidade é que o país não se recuperou economicamente depois da covid-19, aumentando significativamente o número de pessoas desempregadas e em situação de rua. E o ex-presidente usa isso como plataforma política.

Você teme que a polarização se transforme em violência?

Sim, isso me preocupa. Acho que tanto no dia de votação quanto a na divulgação de quem foi eleito, temos que tomar bastante cuidado.

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Você sentiu, ao longo dos anos, uma hostilidade maior aos brasileiros e imigrantes?

Acho que a hostilidade aumentou muito para os imigrantes de uma maneira geral. Mas especificamente em Nova York, onde eu vivo, os mexicanos e asiáticos sofrem ainda mais.

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Texto que relata acontecimentos, baseado em fatos e dados observados ou verificados diretamente pelo jornalista ou obtidos pelo acesso a fontes jornalísticas reconhecidas e confiáveis.

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