Bolsonaro soou em entrevista como um cínico réu confesso
Após tirar férias do próprio ócio, Bolsonaro desembarcou em Brasília. Concedeu uma reveladora entrevista. Nela, soou como um cínico réu confesso. Indiciado como golpista, admitiu que procurou saber "se existia alguma maneira na Constituição para resolver o problema." Que problema? "Tinha insatisfação no Brasil", limitou-se a dizer.
De fato, havia uma insatisfação difusa no país em 2022. Mas a maioria do eleitorado despejara seu descontentamento nas urnas, enviando Bolsonaro mais cedo para casa. Tomado pelas palavras, o derrotado cogitou quase tudo, até a decretação de um estado de sítio. Só não pensou em passar a faixa para Lula.
Bolsonaro fez pose de ofendido com o palavreado chulo e criminoso dos seus cúmplices. "Esses áudios vazados aí me ofendem", disse o capitão, como que puxando a faca para os oficiais do "Punhal Verde Amarelo", nome dado ao plano que previa a execução de Lula, Alckmin e Moraes.
Os militares indiciados junto com Bolsonaro começam a perceber que as versões do chefe da organização criminosa soam desconexas. Mas convergem sempre para um mesmo ponto: sejam quais forem as provas reunidas pela Polícia Federal, todos os crimes foram cometidos pelos outros. O tenente-coronel Mauro Cid já havia experimentado a mesma sensação. Deu em delação.
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