Perícia liga grupo que atacou Botucatu (SP) a mais assaltos, diz polícia
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ESCLARECIMENTO: Inicialmente esta reportagem continha informação dada pela Polícia Civil que o morador de rua Ivan de Almeida, 29 anos, havia sido morto pelas forças de segurança por estar participando do assalto ocorrido esta semana em Botucatu (SP). Posteriormente, a polícia informou a coluna que a morte de Almeida seria apurada internamente, uma vez que há "inconsistências" nas circunstâncias relatadas. Segundo Boletim de Ocorrência, Almeida estaria armado e com colete à prova de balas. A família dele afirma que ele não tinha ligação com a quadrilha que atuou em Botucatu, e diz que ele era um morador de rua.
Leia a reportagem abaixo:
Provas periciais colhidas pela Polícia Civil indicam que a quadrilha que atacou agências bancárias na madrugada desta quinta-feira (30) em Botucatu (SP) foi a mesma que agiu em Ourinhos e Bauru, também no interior paulista. As ações foram respectivamente em maio deste ano e em setembro de 2018.
Segundo o Deic (Departamento Estadual de Investigações Criminais) de Bauru foram colhidos nas três ações perfis genéticos e impressões digitais nas armas, veículos e outros equipamentos apreendidos.
Nas três ocasiões os assaltantes agiram de maneira semelhante. Atuaram na madrugada em bando de até 40 homens. Usaram fuzis e metralhadora calibre 50 - arma capaz de derrubar aeronave - além de explosivos e uma dezena de veículos.
Também utilizaram drones para monitorar o trabalho policial, sitiaram quartéis e bases da PM (Polícia Militar), bloquearam estradas e saídas das cidades com veículos roubados para impedir possível perseguição e fizeram reféns.
Os trabalhos periciais constataram que integrantes da mesma quadrilha atuaram nos três roubos. Em todos eles, os criminosos impuseram terror à população, efetuando disparos, por longos minutos, com armas pesadas como forma de intimidação.
O mesmo tipo de artefato, usado para explodir cofres e caixas eletrônicos, foi apreendido nas três cidades. Segundo a Polícia Civil, essa é mais uma evidência de que as ações foram realizadas pelos mesmos ladrões.
"O núcleo é o mesmo", diz delegado
Segundo o delegado divisionário do Deic de Bauru, Ricardo Dias, a única diferença nas três ações é que em Botucatu os criminosos explodiram caixas eletrônicos e em Ourinhos e Bauru vigias acabaram rendidos e foram usados artefatos para arrombar cofres de agências bancárias.
"O núcleo central, composto pelos mentores intelectuais, é o mesmo. As mudanças geralmente ocorrem na escolha daqueles que vão realizar tarefas que não exigem experiência, como os que ficam vigiando ruas e esquinas enquanto os especialistas colocam os explosivos e invadem os bancos", explicou um delegado que pediu para não ter o nome divulgado.
Esse mesmo policial informou à reportagem que a Polícia Civil já identificou alguns integrantes do bando graças às provas periciais. Os criminosos estão foragidos.
Segundo a polícia, os assaltantes deixaram para trás dois malotes contendo um total de R$ 2 milhões. O dinheiro foi apreendido pelas forças de segurança.
Na ação de Ourinhos, a Polícia Civil explicou que o Banco do Brasil informou extraoficialmente que foram roubados R$ 52 milhões do cofre. Em Bauru, os assaltantes levaram ao menos R$ 10 milhões da agência da Caixa Econômica Federal.
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