Número de criminosos procurados em SP daria para lotar estádio do Maracanã
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O estado de São Paulo tem 70.775 mandados de prisão criminais para cumprimento expedidos pelo Tribunal de Justiça. O número de procurados dá para lotar o estádio do Maracanã, no Rio de Janeiro, um dos maiores do mundo, com capacidade para 78 mil pessoas.
Os dados foram divulgados nessa terça-feira (5) ao UOL pela Divisão de Capturas da Polícia Civil. Segundo a corporação, há ainda 17.603 mandados civis a serem cumpridos, além de outros 27 mil encaminhados por outros estados da federação.
O total de procurados no estado, no entanto, pode aumentar porque ao menos 31 mil presos do regime semiaberto foram liberados pela Justiça nas penitenciárias paulistas para passar as festas de fim de ano em casa.
O prazo para o retorno dos detentos terminou às 18h dessa terça-feira. A Secretaria Estadual da Administração Penitenciária ainda não sabe dizer quantos presos não voltaram para a prisão.
Entre os nomes de criminosos mais procurados pela polícia paulista e considerados de alta periculosidade pelo MPE (Ministério Público Estadual) está o de Marcos Roberto de Almeida, 50, o Marcos Tuta.
Segundo o MPE, Marcos Tuta é o principal líder do PCC (Primeiro Comando da Capital) ainda em liberdade e assumiu o comando da facção nas ruas (sintonia final da rua) em fevereiro de 2019, quando 15 integrantes da alta cúpula da organização foram removidos para presídios federais.
André do Rap, solto pelo STF, sumiu
Chamado também de Africano, Marcos Tuta teve a prisão preventiva decretada em setembro de 2020. Investigações do MPE indicam que ele é responsável pela logística do PCC no envio de cocaína para a Europa e África e pelos planos de resgates de líderes do grupo criminoso.
Até ontem, a foto de Marcos Tuta não aparecia na galeria dos mais procurados no site da Polícia Civil do Estado de São Paulo. Já o retrato do narcotraficante André Oliveira Macedo, 43, o André do Rap, era o terceiro da lista.
André do Rap deixou a Penitenciária 2 de Presidente Venceslau (SP) em outubro de 2020 graças a habeas corpus concedido pelo ministro Marco Aurélio Mello, do STF (Supremo Tribunal Federal).
Também integrante do PCC, o criminoso gerenciava o envio de toneladas de cocaína para a Europa. Poucas horas após ser solto, o STF cassou a liberdade dele, mas já era tarde.
O governo de São Paulo chegou a anunciar na época que a fuga de André do Rap custaria ao menos R$ 2 milhões aos cofres públicos. Esse dinheiro seria destinado ao pagamento de despesas de uma força-tarefa criada para tentar recapturar o criminoso. Um grupo de policiais federais acredita que André do Rap esteja no Paraguai ou Bolívia. Já policiais civis suspeitam que o esconderijo do narcotraficante é a Baixada Santista, segundo apurou a coluna.
Maria do Pó: procurada desde 2006
A traficante Sônia Aparecida Rossi, 60, a Maria do Pó, é a mulher mais procurada pela polícia paulista há praticamente 15 anos. Ela fugiu da Penitenciária Feminina de Sant'Ana, no Carandiru, zona norte de São Paulo, em março de 2006. O governo estadual oferece recompensa de R$ 5 mil para quem tiver informações que possam levá-la à prisão.
Maria do Pó foi presa com 340 kg de cocaína em 1999, em Americana (SP). Segundo o MPE, policiais corruptos a libertaram e ainda sumiram com a droga que havia sido levada para o prédio do Instituto Médico Legal de Campinas. A traficante foi recapturada em abril de 2000 por policiais federais.
O nome de Paulo Cupertino Matias, 50, é o primeiro da galeria de procurados da Polícia Civil. Ele é acusado de ter matado o ator Rafael Henrique Miguel, namorado de sua filha, e os pais do rapaz, em junho de 2019.
O crime aconteceu na zona sul de São Paulo. Segundo a Polícia Civil, Cupertino era contra o namoro da filha com o ator. As suspeitas são de que o assassino tenha fugido para o Paraguai.
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