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Narcotraficante Anderson Gordão é removido para 'prisão do PCC' em SP
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O narcotraficante Anderson Lacerda Pereira, 42, o Anderson Gordão, preso pela Polícia Civil no último dia 5 em Poá, na Grande SP, foi transferido na manhã desta quinta-feira (8) para a Penitenciária 2 de Presidente Venceslau (SP).
A unidade é um forte reduto do PCC (Primeiro Comando da Capital).Durante audiência de custódia, realizada no último dia 6, no Fórum Criminal da Barra Funda, zona oeste paulistana, e gravada em vídeo, ao qual a coluna teve acesso, o advogado Dione Michael Júlio, um dos defensores de Gordão, disse à juíza que temia pela integridade do cliente, caso ele ficasse recolhido em um distrito policial.
O defensor tentou explicar à magistrada que Anderson Gordão e um filho dele foram vítimas de uma extorsão por parte de dois investigadores de Guarulhos, na Grande São Paulo, e que caso ficasse preso em uma delegacia subordinada à Polícia Civil, poderia correr risco de morrer.
A Corregedoria da Polícia Civil, entretanto, investigou as denúncias de extorsão e conclui que não houve provas contra os investigadores acusados. O Ministério Público do Estado de São Paulo propôs à Justiça o arquivamento do caso. O processo tramita na 2ª Vara Criminal de Guarulhos.
A reportagem teve acesso com exclusividade ao vídeo da audiência de custódia no Fórum da Barra Funda. Anderson Gordão responde a processo em Arujá pelos crimes de lavagem de dinheiro, associação à organização criminosa e tráfico de drogas.
O advogado Dione Júlio pediu à juíza o relaxamento da prisão temporária de 30 dias em desfavor de Anderson Gordão por entender que ela é ilegal, sem fundamento e também porque já havia outros três mandados de prisão preventiva contra o cliente decretados pela Justiça de Arujá.
Pressão alta e diabetes
No vídeo, Anderson Gordão aparece algemado a Jânio Nascimento Barroso, 41. Ambos foram presos juntos. O narcotraficante diz para a juíza que é infartado e tem sérios problemas de saúde, como pressão arterial alta e diabetes.
Gordão nunca escondeu que é admirador de Pablo Escobar. No sítio dele, em Santa Isabel, o criminoso montou um minizoológico com jacarés, cavalos, araras e jabuti, tudo para homenagear e imitar o narcotraficante colombiano, morto em dezembro de 1993 em tiroteio com policiais em Medelín.
Segundo a Polícia Civil, Anderson Gordão enviava toneladas de cocaína para a Europa, via porto de Santos. E, com o dinheiro do tráfico internacional de drogas, montou 38 clínicas odontológicas e um hospital na Grande São Paulo e adquiriu 15 casas de alto padrão em um condomínio em Arujá.
Policiais afirmam que o hospital chegou a ser usado para socorrer comparsas do narcotraficante baleados em confrontos com policiais. O nome de Gordão estava incluído na Difusão Vermelha da Interpol, a Polícia Internacional, desde 2020, quando ele virou réu em um processo por lavagem de dinheiro.
Investigações apontam que o narcotraficante se infiltrou na Prefeitura de Arujá e fechou contratos milionários, sem licitação, em serviços de coleta de lixo, distribuição de alimentos e medicamentos. A Polícia Civil estima em R$ 130 milhões o patrimônio dele.
Na Penitenciária 2 de Presidente Venceslau, Gordão vai se juntar a perigosos ladrões responsáveis por assaltos milionários em agências bancárias com uso de explosivos; narcotraficantes e centenas de presos dos mais variados escalões do PCC.
A defesa de Anderson Gordão sustenta que o cliente jamais integrou o PCC e que isso já foi dito até em audiência judicial por um delegado da Polícia Civil que presidiu o inquérito por lavagem de dinheiro instaurado contra o narcotraficante.
Os defensores de Gordão informaram à coluna que o cliente foi condenado a sete anos por tráfico internacional de drogas, mas que ficou preso sete meses. Ele foi detido em 2010, mas acabou solto antes de ser julgado.
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