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Federais apreendem blocos de cimento no lugar de cocaína em navio em Santos
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Blocos de cimento no lugar de cocaína. Foi esse material que agentes da Receita Federal, Polícia Federal e Marinha apreenderam no casco de um navio atracado no porto de Santos, no dia 12 do mês passado, quando checavam informações de um denunciante anônimo.
O material de construção foi acondicionado em dois fardos e escondido no sea chest do navio, um compartimento localizado abaixo do nível da água, usado para o resfriamento das máquinas de embarcação. Os fardos eram semelhantes a outros encontrados em apreensões anteriores.
Mergulhadores participaram da operação conjunta e fizeram uma minuciosa inspeção no navio carregado de açúcar granel com destino à Espanha, na Europa. Para surpresa dos agentes, dentro dos fardos acoplados ao casco havia apenas blocos de cimento.
O fato chamou a atenção e intrigou as autoridades portuárias, pois a denúncia anônima informava com exatidão o local do navio onde os fardos tinham sido colocados. Agentes da Receita e da Polícia Federal investigam o caso e trabalham com duas hipóteses:
- A primeira delas é que o autor da denúncia integra uma quadrilha de narcotraficantes e fez uma falsa comunicação com o objetivo de testar a segurança da logística a ser usada em possíveis remessas de cocaína para a Europa escondidas no sea chest das embarcações.
- A segunda hipótese é que narcotraficantes podem ter roubado a droga da própria quadrilha e fizeram uma falsa denúncia para mostrar aos comparsas que a cocaína havia sido colocada no navio, mas não chegaria ao destino final por ter sido apreendida pelas autoridades federais.
Segundo dados da Receita Federal, os narcotraficantes passaram a usar essa técnica cada vez mais no Brasil, utilizando os compartimentos de sea chest para esconder cocaína nas embarcações com destino aos maiores portos europeus.
Somente neste ano, os agentes das Receita e da Polícia Federal apreenderam mais de duas toneladas de cocaína em sea chest de navios atracados em portos brasileiros. De acordo com as autoridades, os preferidos pelas quadrilhas de narcotraficantes são os portos de Santos (SP) e Aracruz (ES).
PCC preocupa Portugal
Já na Europa, os portos mais visados pelos narcotraficantes com atuação no Brasil são:
- Antuérpia (Bélgica)
- Roterdã (Holanda)
- Gioia Tauro e Livorno (Itália)
- Hamburgo (Alemanha)
- Le Havre (França)
- Barcelona (Espanha)
- Lisboa (Portugal).
A maioria das quadrilhas de narcotraficantes investigadas no Brasil pela Polícia Federal tem ligações com o PCC (Primeiro Comando da Capital). A cocaína exportada pelos criminosos vem da Bolívia e da Colômbia e depois seguem em caminhões para os portos brasileiros.
A presença de narcotraficantes ligados ao PCC na Europa, principalmente em Portugal, preocupa as autoridades do Velho Continente. Segundo reportagem do portal lusitano Visão, agentes da PJ (Polícia Judiciária) portuguesa realizaram nesta semana uma reunião virtual com policiais federais brasileiros.
O texto diz que no encontro, realizado numa sala da sede da Polícia Judiciária em Lisboa, estavam os principais nomes ligados ao combate ao narcotráfico em Portugal.
O portal Visão diz que a PJ foi informada pela PF que após as prisões do narcotraficante brasileiro Sérgio Roberto de Carvalho, o Major Carvalho, na Hungria, e do parceiro dele, o português Ruben Oliveira, o Xuxas, foi aberto um espaço para a reorganização da rota do tráfico internacional de drogas que atravessa Portugal.
A reportagem informa que, segundo a PF, o PCC mudou de estratégia em Portugal e optou por não recrutar europeus, mas brasileiros batizados na maior facção criminosa do Brasil para atuar junto à organização criminosa naquele lado do Atlântico.
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