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Comparsa da 'Família Busca Pó' pagou R$ 3,5 milhões para ser solto, diz PF
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Leonardo Costa Nobre, 32, apontado como líder de uma quadrilha envolvida em tráfico internacional de drogas e lavagem de dinheiro, é acusado pela Polícia Federal de ter pago R$ 3,5 milhões por um habeas corpus a um advogado, filho de um desembargador federal, para ser solto.
O narcotraficante foi preso em 12 de abril de 2021 e, um ano depois, teve a prisão preventiva substituída por medidas cautelares, como o uso de tornozeleira eletrônica. O advogado e o desembargador são investigados pela PF por suspeita de venda de sentença.
A Polícia Federal chegou a pedir a prisão de ambos, mas o STJ (Superior Tribunal de Justiça) negou e autorizou apenas o cumprimento de mandado de busca e apreensão nos endereços dos investigados. Na casa do advogado os agentes encontraram R$ 270 mil.
Em resposta à imprensa, o desembargador disse que não vai se manifestar porque o caso está sob segredo de Justiça. O advogado, filho dele, afirmou que é inocente de todas as acusações.
Investigações da PF apontam que Leonardo é comparsa dos narcotraficantes Karine de Oliveira Campos, 43, e Marcelo Mendes Ferreira, 39, conhecidos nos meios policiais como a "Família Busca Pó", responsável pelo envio de 3,9 toneladas de cocaína para a Europa, via portos brasileiros, a partir de 2018.
O casal é procurado pela Interpol (Polícia Internacional). Karine, chamada de "rainha da cocaína" é condenada a 17 anos e dois meses e Marcelo, a 15 anos e dois meses. De acordo com agentes federais, a mulher é uma das maiores narcotraficantes brasileiras em atividade na atualidade, como divulgou esta coluna em 14 de julho de 2022.
Carga milionária
Leonardo começou a ser investigado em outubro de 2020, quando a Polícia Judiciária de Portugal apreendeu uma aeronave com 175 kg de cocaína, no aeroporto de Lisboa, avaliados em R$ 39 milhões. O jato brasileiro partiu de Belo Horizonte.
O narcotraficante foi preso durante a deflagração da Operação Flight Level. Ele e outros 11 suspeitos foram denunciados pelo MPF (Ministério Público Federal). Segundo a PF, os acusados alugavam o hangar de uma empresa de táxi aéreo no aeroporto da Pampulha para despachar a droga.
Agentes federais apuraram que a organização criminosa possuía oito empresas, além de dois veículos de luxo e quatro imóveis, todos registrados em nome dos acusados e de "laranjas". Leonardo era proprietário de companhias de táxi aéreo.
Ele é réu em um processo por organização criminosa, tráfico internacional de drogas e lavagem de dinheiro. Leonardo foi colocado em liberdade em 20 de abril de 2022 por decisão do desembargador federal do TRF-1 (Tribunal Regional Federal).
Leonardo é piloto de aeronave. Por determinação da Justiça Federal, desde outubro do ano passado, está proibido de pilotar avião e operar empresa de táxi aéreo.
A reportagem não conseguiu contato com os advogados de Leonardo Costa Nobre, mas publicará a versão da defesa assim que houver um posicionamento.
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