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Governador Tarcísio quer mais 8 ladrões do 'novo cangaço' bem longe de SP
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Se depender do governo de São Paulo mais oito presos acusados de integrar o "novo cangaço" — bando de assaltantes que sitiam cidades com emprego de explosivos para roubar agências bancárias — serão transferidos para presídios federais.
As autoridades do sistema prisional paulista encaminharam nos últimos dias à Justiça de São Paulo ofícios pedindo a remoção de oito presos considerados de altíssima periculosidade da Penitenciária 1 de Avaré (SP) para unidades federais.
A SAP (Secretaria Estadual da Administração Penitenciária) já havia solicitado a transferência de outros 13 presos recolhidos na P-2 de Presidente Venceslau (SP) por temer um possível resgate, como informou esta coluna no último dia 23.
Na lista dos presos da P-1 de Avaré que poderão permanecer em presídios federais estão réus condenados a mais de 100 anos em regime fechado pela acusação de participar de assaltos milionários. Alguns são apontados pela Polícia Federal como integrantes do PCC (Primeiro Comando da Capital).
Um deles é Anderson Struziatto dos Santos, 35, condenado a 179 anos. Segundo a SAP, ele é acusado pelo roubo de R$ 12,1 milhões da Prosegur em Santos em 4 de abril de 2016. E também pelo assalto de R$ 10 milhões do aeroporto de Blumenau (SC) em 14 de março de 2019.
Outro nome da lista é o de Cléber Andrade de Oliveira, 45. Ele tem condenação de 114 anos, 4 meses e 20 dias. A SAP o aponta como um dos autores do roubo de R$ 7,9 milhões em dinheiro e R$ 162 mil em cheques do carro-forte da Protege em Araçatuba (SP) em 16 de outubro de 2017.
Quem também tem uma pena longa é Régis Fred Souza, 49, condenado a 103 anos, 8 meses e 13 dias. Ele está na P-1 de Avaré desde 11 de março de 2021. Um dos roubos ao qual é acusado é o de US$ 11,7 milhões da Prosegur no Paraguai, em 24 de abril de 2017.
Marcelo Ferraz da Silva, 52, o Capim, tem uma pena total de 95 anos. Investigações da Polícia Federal concluíram que ele participou do roubo de R$ 117,3 milhões em barras de ouro do setor de carga do aeroporto internacional de São Paulo, em Guarulhos, em 25 de julho de 2019.
Resgatado em 11 de setembro de 2018 da Penitenciária de Piraquara, no Paraná, um forte reduto do PCC, José Luiz Cardoso de Almeida, 40, tem em sua ficha criminal condenação de 31 anos. Ele também foi acusado de participar do roubo de US$ 11,7 milhões da Prosegur no Paraguai.
Táticas militares
Conhecido como Bilu, o assaltante foi preso por policiais militares da Força Tática em 13 de setembro de 2019 na avenida dos Bandeirantes, zona sul paulistana. Ele estava com a mulher em um veículo. No carro, os PMs apreenderam pistola semiautomática com mira laser e munição para fuzil.
Ex-sargento do Exército, Ademir Luís Rondon, 52, é outro preso que o governo paulista quer bem longe do estado. Condenado a 9 anos e 4 meses, ele teve a prisão preventiva decretada por suspeita de participar do roubo de R$ 90 milhões do Banco do Brasil de Araçatuba (SP) em agosto de 2021.
Rondon foi preso pela Polícia Civil de São Paulo dois meses depois desse crime. Investigadores o apontam como um dos maiores especialistas em detonadores. O ex-sargento usava táticas militares para atacar veículos blindados de empresas de valores.
Acusado por vários roubos a bancos em São Paulo e Santa Catarina, Marcelo Casado de Souza, 50, está recolhido na P-1 de Avaré desde 13 de maio deste ano. No boletim informativo da SAP consta que o preso é condenado a 37 anos, 4 meses e 23 dias em regime fechado.
Marivaldo Antônio da Silva, 41, foi extraditado para o Brasil pelo governo da Bolívia em 19 de março de 2020. No mês seguinte ele foi transferido para a P-1 de Avaré. O preso é acusado de ter roubado US$ 1,3 milhão de um carro-forte da Brinks em território boliviano em 30 de março de 2017.
A reportagem não consegui contato com os advogados dos oito presos, mas publicará a versão dos defensores de todos eles, caso haja uma manifestação.
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