Nardoni, Lindemberg, Cravinhos: Justiça autoriza saída de detentos em SP
Ao menos 92 de um total de 118 presos da Ala de Progressão Provisória da Penitenciária 2 de Tremembé, no Vale do Paraíba (SP), de regime semiaberto, deixaram a unidade na manhã desta sexta-feira para passar as festas de fim de ano em casa. A Justiça autorizou a saída temporária dos prisioneiros.
Os beneficiados vão poder permanecer longe das grades das 6h de hoje às 18h de 3 de janeiro de 2024, quando termina o prazo para o retorno à unidade. Quem não voltar no horário determinado será considerado evadido e poderá ser removido para o regime fechado.
Em todo o estado devem deixar as prisões em torno de 40 mil presos. A LEP (Lei de Execução Penal) prevê a saída temporária aos detentos de regime semiaberto com bom comportamento e que já cumpriram um sexto da pena - no caso dos primários - e um quarto - no caso dos prisioneiros reincidentes -. No estado deverão ser beneficiados em torno de 40 mil presos.
A lista de Tremembé traz os nomes dos beneficiados em ordem alfabética. Um dos primeiros é o de Alexandre Alves Nardoni. Ele foi condenado a 30 anos pela acusação de ter jogado a filha Isabella, 5, do sexto andar do prédio onde morava, na zona norte paulistana, em março de 2008.
Presos famosos
Cristian Cravinhos, condenado a 38 anos pelos assassinatos de Manfred e Marísia Richthofen, pais da ex-cunhada Suzane, é outro beneficiado. O casal foi morto em outubro de 2002 na residência na zona sul paulistana. Suzane ficou 20 anos presa e está no regime aberto desde janeiro deste ano.
O nome de Gil Rugai aparece na segunda página da extensa lista. Ele cumpre pena de 33 anos pelas mortes do pai, o publicitário Luiz Carlos Rugai, 40, e a madrasta Alessandra de Fátima Troitino, 33. O crime aconteceu em 28 de março de 2004, em Perdizes, zona oeste paulistana.
A Justiça também liberou Lindemberg Alves Fernandes. Ele foi acusado de matar a namorada Eloá Pimentel, 15, em outubro de 2008 e acabou condenado a 39 anos. Antes de matar a adolescente, ele a manteve refém por mais de 100 horas num apartamento em Santo André (SP).
A reportagem não conseguiu contato com os advogados de Alexandre Nardoni, Cristian Cravinhos, Gil Rugai e Lindemberg Alves. O espaço continua aberto para manifestações.
A ala da P2 de Tremembé é chamada em São Paulo de unidade VIP por abrigar presidiários portadores de diploma de curso superior, policiais e ex-policiais, agentes e ex-agentes penitenciários, além de detentos condenados por crimes que tiveram grande repercussão na mídia.
Nas páginas com os dados dos presidiários autorizados judicialmente a deixar a Ala de Progressão Provisória da P-2 de Tremembé constam os nomes de outros detentos acusados por crimes violentos, que foram alvo de manchetes diárias nos mais variados veículos de comunicação do país.
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