Josmar Jozino

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Soldado Sabrina é a terceira policial militar morta por criminosos em SP

A soldado Sabrina Freire Romão Franklin, 30, morta a tiros durante assalto na última quinta-feira (18), em Parelheiros, zona sul paulistana, é a terceira policial militar assassinada em São Paulo por criminosos. As outras duas foram vítimas do PCC (Primeiro Comando da Capital).

A cabo Marta Umbelina da Silva, 44, foi a primeira delas. Morreu na frente da filha de 11 anos, após levar 10 tiros nas costas disparados por assassinos do PCC. O crime aconteceu em 3 de novembro de 2012, na Brasilândia, zona norte da capital.

No dia em que Marta foi morta, a SSP (Secretaria Estadual da Segurança Pública) tinha em mãos uma lista com os nomes de outros 92 policiais militares assassinados pelo PCC. Naquele ano, a organização matou 106 PMs no estado, como divulgou esta coluna em 6 de janeiro de 2022.

Marta estava de folga e chegava em casa quando foi emboscada. A policial ainda chegou a ser levada para o Hospital da Vila Penteado, mas não resistiu. A cabo era divorciada e tinha três filhos. A caçula presenciou a crueldade contra a mãe e ficou traumatizada.

Outra vítima do PCC foi a soldado Juliane dos Santos Duarte, 27. No dia 2 de agosto de 2018, também de folga, ela tinha ido à Favela de Paraisópolis, na zona sul de São Paulo, para comemorar o aniversário do filho de um casal de amigos.

À noite, Juliane e uma amiga decidiram ir a um bar. Criminosos ligados à facção criminosa frequentavam o mesmo estabelecimento e descobriram que ela era policial militar. A soldado foi sequestrada. Os assassinos a levaram para um cativeiro.

Juliane foi torturada e depois morta a tiros. Centenas de policiais civis e militares foram mobilizados para tentar localizá-la. O corpo dela foi encontrado quatro dias depois dentro de um carro abandonado no bairro de Campo Grande. A soldado levou dois tiros na virilha e um na cabeça.

O assassinato de Juliane - assim como o de Marta Umbelina - causou consternação e indignação. A soldado estava na PM havia dois anos e trabalhava em uma companhia na Vila Guarani, zona sul. Seis criminosos, todos integrantes do PCC, foram identificados e presos.

"Ataque não ficará impune"

A morte brutal da soldado Sabrina também chocou a população. A policial estava de folga e pilotava sua moto na Estrada Ecoturística de Parelheiros, quando foi abordada por dois motoqueiros, um deles armado. Ela percebeu que seria assaltada e tentou escapar ao cerco.

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Sabrina caiu da moto. Um dos criminosos atirou nela. Um grupo de mulheres estava em um ponto de ônibus, viu a cena e correu com medo. Chovia naquele dia. Câmeras de segurança da região registraram as cenas de violência e crueldade.

Depois dos disparos, o atirador correu e subiu na moto do comparsa. Eles andaram com o veículo por poucos metros, mas retornaram. Sabrina estava ferida, caída no chão. O assassino roubou a arma e não conseguiu levar a motocicleta da vítima.

Outros motoqueiros apareceram depois e providenciaram socorro à policial militar. Sabrina foi levada para o Hospital de Parelheiros, mas veio a óbito. Ontem, dois suspeitos de envolvimento no crime foram presos e conduzidos ao 25º DP (Parelheiros).

O secretário estadual da Segurança Pública, Guilherme Derrite, anunciou a prisão da dupla em suas redes sociais. Ele deixou claro que "nenhum ataque a policiais ficará impune no estado de São Paulo".

Também nas redes sociais, a família de Sabrina lamentou a morte dela: "Com pesar, comunicamos o falecimento da filha amada, amiga e policial dedicada".

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