Conteúdo publicado há 10 meses
Josmar Jozino

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Reportagem

Justiça de SP converte prisão em flagrante de 'Japa do PCC' em preventiva

A Justiça de São Paulo converteu o flagrante de Karen Moura Tanaka Mori, 37, em prisão preventiva. Ela foi presa no último dia 8 por suspeita de lavar dinheiro para integrantes do PCC (Primeiro Comando da Capital) na Baixada Santista.

Karen, chamada por policiais civis de "Japa do PCC", é investigada por lavagem de dinheiro e associação à organização criminosa. Ela era casada com Wagner Ferreira da Silva, 33, o Cabelo Duro, um narcotraficante assassinado em fevereiro de 2018 no Tatuapé, zona leste de São Paulo.

No apartamento de Karen, no Jardim Anália Franco, Tatuapé, os agentes apreenderam R$ 1 milhão e US$ 50 mil. Durante interrogatório, ela alegou à polícia que tem como comprovar a origem do dinheiro e que a quantia encontrada refere-se à "abertura e venda de estabelecimentos comerciais".

Ao converter o flagrante em preventiva, o juiz Fábio Pando de Matos, observou, durante audiência de custódia na Vara de Plantão da Capital, que Karen "não apresenta condições financeiras compatíveis com aquilo que foi apreendido na casa dela".

"Assumiu as funções do marido", diz juiz

No entendimento do magistrado, após o falecimento de Cabelo Duro, Karen "assumiu as funções espúrias do marido e passou a administrar os bens ilícitos dele, com aumento substancial de seu patrimônio, gozando de prestígio junto à conhecida facção criminosa".

Cabelo Duro foi morto a tiros de fuzil em 22 de fevereiro de 2018, no Tatuapé, uma semana após coordenar em Fortaleza, no Ceará, os assassinatos de Rogério Jeremias de Simone, o Gegê do Mangue, e Fabiano Alves de Souza, o Paca, líderes do PCC.

A reportagem não conseguiu contado com os advogados de Karen. Mas o espaço continua aberto para manifestação dos defensores dela.

Para a Polícia Civil, Karen afirmou desconhecer os trabalhos ilícitos do marido. Acrescentou que nunca recebeu dele qualquer quantia financeira. Ela contou também que não conhece nenhum integrante de organização criminosa, inclusive do PCC.

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A ex-mulher de Cabelo Duro disse ainda que era uma pessoa bem-sucedida profissionalmente e trocava milhares de reais por dólares em virtude de ter viajado algumas vezes para os Estados Unidos, Cancún, no México e também para a Argentina.

Indagada no interrogatório sobre o motivo de guardar grande quantia de cédulas de reais e de dólares em casa, ela argumentou que não depositava o dinheiro justamente por temer que as autoridades policiais a ligassem ao crime organizado.

A Polícia Civil perguntou se Karen concordava em fornecer a senha para desbloqueio o telefone celular dela apreendido no Tatuapé. A resposta foi negativa. Ela disse que não poderia colaborar nesse sentido porque armazenava inúmeras fotos e vídeos íntimos.

Até a semana passada, Karen encontrava-se recolhida na carceragem da Cadeia Pública de São Vicente, na Baixada Santista.

Reportagem

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