PCC tem novos chefes nas ruas após racha histórico na organização criminosa
Patrick Velinton Salomão, 43, o Forjado, e Pedro Luiz da Silva Soares, 52, o Chacal, são os nomes mais fortes do PCC (Primeiro Comando da Capital) em liberdade, após o racha histórico na facção. Ambos são leais a Marco Willians Herbas Camacho, 56, o Marcola, o número 1 da organização.
Forjado está nas ruas desde 18 de fevereiro de 2022, quando deixou a Penitenciária Federal de Brasília pela porta da frente. Segundo o MP-SP (Ministério Público do Estado de São Paulo), ele assumiu a função de "sintonia final" do PCC entre 2017 e 2018, após indicação de Marcola.
Nos anos de 2013 e 2014 ocupou o posto de "sintonia geral", abaixo apenas da "sintonia final", como é chamada a célula integrada pela cúpula do grupo criminoso. Forjado foi condenado a 15 anos por tráfico de drogas, porte ilegal de arma, formação de quadrilha, roubo e homicídio.
Em março do ano passado, ele foi alvo de uma operação da Polícia Federal deflagrada para desarticular integrantes do PCC acusados de planejar atentados e os sequestros do senador Sérgio Moro (União Brasil) e do promotor de Justiça de São Paulo, Lincoln Gakiya.
Chacal, comparsa de Forjado, deixou a Penitenciária Federal de Mossoró em outubro de 2023. Ele assumiu a função de "sintonia final" do PCC em 2018, também por indicação de Marcola. O padrinho dele na facção é Júlio César Guedes de Moraes, 51, o Julinho Carambola.
O criminoso havia sido preso pela última vez em 2015, quando liderou uma quadrilha responsável por ataque a um caixa eletrônico em Bauru (SP). Houve troca de tiros com a polícia e três assaltantes morreram. Outros seis, incluindo Chacal, acabaram detidos.
As missões da dupla
O MP-SP acredita que Forjado e Chacal estão em Santa Cruz de La Sierra, na Bolívia, junto com outros comparsas do PCC, cuidando do fortalecimento do tráfico de drogas da facção, considerado a atividade mais lucrativa da organização criminosa.
Outra missão da dupla seria, ainda segundo o MP-SP, planejar o sequestro de autoridades públicas e até mesmo policiais penais para usá-los como moedas de troca na libertação de líderes do PCC recolhidos nas penitenciárias federais.
Tanto Forjado quanto Chacal são apontados pelas forças de segurança como os mais fortes aliados de Marcola em liberdade. Ambos são chamados de "a palavra" do PCC nas ruas, ou seja, responsáveis por todas as decisões do grupo criminoso.
Desde o mês passado, o PCC enfrenta um dos maiores rachas de sua história em 30 anos de existência. O estopim do conflito foi uma conversa gravada entre Marcola e policiais penais na Penitenciária Federal de Porto Velho, em 15 de junho de 2022.
Segundo a PF, Marcola atribuiu a Tiriça atentados contra agentes públicos e o chamou de psicopata. O áudio foi usado no júri que condenou Tiriça a 31 anos e seis meses de prisão pelo assassinato da psicóloga Melissa de Almeida Araújo, da Penitenciária Federal de Catanduvas (PR), em maio de 2017.
Tiriça, Abel Pacheco de Andrade, 49, o Vida Loka, e Wanderson Nilton de Paula Lima, 45, o Andinho, tiveram acesso à gravação e chamaram Marcola de delator. Os três decidiram expulsá-lo da facção e o juraram de morte.
A "sintonia final" ouviu o áudio e concluiu que Marcola não fez nada de errado. A cúpula do PCC divulgou um comunicado para os faccionados presos e em liberdade informando que Tiriça, Vida Loka e Andinho estavam excluídos da organização e jurados de morte por calúnia e traição.
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