Josmar Jozino

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Reportagem

Romeiro morto a caminho de Aparecida (SP) era cunhado de Tiriça, ex-PCC

Edmilson de Menezes, 51, o Grilo ou Bicho que Pula, cunhado de Roberto Soriano, conhecido como Tiriça, - preso que já fez parte da cúpula do PCC (Primeiro Comando da Capital) - é o romeiro atropelado e morto quando caminhava na rodovia Dutra, no trecho de Santa Isabel, rumo ao Santuário Nacional de Aparecida nesta terça-feira (8).

Segundo a SSP (Secretaria Estadual da Segurança Pública), Grilo foi atropelado por um ônibus na pista sentido Rio de Janeiro. O filho de Tiriça, Roberto Soriano Filho,e Gleyverson Francisco Souza Mendes, também foram atingidos e tiveram ferimentos leves.

A família de Tiriça costuma, todos os anos, auxiliar os peregrinos no caminho da fé até Aparecida para a celebração do Dia da Padroeira do Brasil. Parentes de outros presos também colaboram na ajuda aos romeiros.

Grilo é casado com a irmã de Tiriça e tio de Roberto Soriano Filho. O ex-integrante da cúpula do PCC foi excluído da facção criminosa após brigar com o líder máximo do grupo, Marco Willians Herbas Camacho, 56, o Marcola. Ambos estão na Penitenciária Federal de Brasília.

O acidente aconteceu na noite de terça-feira (8), no km 188 da Rodovia Dutra. A SSP informou que Roberto Soriano Filho e Gleyverson recusaram atendimento médico. O motorista do ônibus foi submetido a exame de dosagem alcoólica (etilômetro). O teste teve resultado negativo.

A reportagem apurou que Gleyverson também antecedentes criminais e já respondeu a processos por tráfico de drogas e por crimes relacionados ao sistema nacional de armas.

Grilo foi investigado durante a Operação Shark (Tubarão em inglês) pelo Gaeco (Grupo de Atuação Especial e de Combate ao Crime Organizado), subordinado ao MP-SP, e acabou identificado por apelidos mencionados em planilhas e em mensagens de telefones celulares apreendidos.

Segundo o MP-SP (Ministério Público do estado de São Paulo) ele e outros 19 comparsas movimentaram R$ 1 bilhão da facção criminosa, provenientes do tráfico de drogas, no período de janeiro de 2018 a julho de 2019.

A Justiça, no entanto, o absolveu dessa acusação em junho de 2022. No mesmo processo também foram absolvidos Valdeci Alves dos Santos, o Colorido; Sílvio Luiz Ferreira, o Cebola; e Sérgio Luiz de Freitas Filho, 43, o Mijão.

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A decisão foi tomada pelo juiz Thiago Baldani Gomes De Filippo, da 1ª Vara de Crimes Tributários, Organização Criminosa e Lavagem de Bens e Valores da Capital. Em janeiro de 2022, o magistrado já havia absolvido outros réus.

Investigações do MP-SP apontaram que Grilo gerenciava os negócios de Tiriça, especialmente o tráfico de drogas. Em petições judiciais, Grilo sempre negou as acusações e alegou ser inocente. Ele era egresso do sistema prisional desde fevereiro de 2016.

A reportagem não conseguiu contato com o advogado de Edmilson Menezes. O espaço continua aberto para manifestações. O texto será atualizado se houver um posicionamento.

Reportagem

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