Presidente afastado de UPBus tem prisão decretada e se entrega à polícia
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A Justiça mandou prender novamente Ubiratan Antônio da Cunha, 54, presidente afastado da UPBus. Ele é investigado por suspeita de organização criminosa e lavagem de dinheiro do PCC (Primeiro Comando da Capital) por meio de contratos de transporte com a Prefeitura de São Paulo.
Anderson Minichillo de Araújo, advogado de Ubiratan, confirmou que o cliente se entregou às autoridades por volta das 23h de ontem no 50º Distrito (Itaim Paulista). Segundo o defensor, a Justiça alega que o investigado voltou a descumprir medidas cautelares.
Antes de se apresentar, Ubiratan gravou um vídeo e conversou por telefone com a reportagem. Eram 22h35. Ele afirmou que em nenhum momento descumpriu as medidas cautelares. Contou que o MPSP (Ministério Público do Estado de São Paulo) pediu a prisão de dele com base em afirmações de um interventor da UPBus.
O interventor disse que viu Ubiratan tomando café em um bar perto da empresa de ônibus. Uma das medidas cautelares impostas aos suspeito era não se aproximar da empresa de ônibus nem de outros réus no mesmo processo.
Ubiratan acrescentou à reportagem que o relatório feito pelo próprio relator diz que ele não ameaçou, não fez intervenções nem coagiu ninguém e muito menos entrou na empresa. "Sou inocente. Tanto que estou me entregando à polícia. Nunca lavei dinheiro nem fiz parte de organização criminosa. Não aguento mais ser perseguido pelo Ministério Público", desabafou ele.
O presidente afastado da UPBus estava solto desde o dia 2 de janeiro deste ano e vinha cuidando de sua saúde, de acordo com o advogado Anderson Minichillo. Ele havia sido preso pela segunda vez em 20 de dezembro do ano passado.
Na ocasião, a Justiça também alegou que ele havia descumprido medidas cautelares. Ubiratan foi preso pela primeira vez em 9 de abril de 2024, durante a deflagração da Operação Fim da Linha. Foram detidas seis pessoas e cumpridos 52 mandados de buscas e apreensões.
Os alvos eram ligados às empresas de ônibus UPBus, da zona leste, e Transwolff, da zona Sul, acusados de envolvimento na lavagem de dinheiro do PCC, proveniente do tráfico de drogas. Ubiratan foi colocado em liberdade no dia 4 de junho de 2024.
O MP-SP informou à época que integrantes do alto escalão do PCC eram acionistas da UPBus. Três deles, apontados como membros da facção criminosa, tiveram a prisão decretada. Alexandre Salles Brito foi capturado em 16 de abril do ano passado.
Décio Gouveia Luiz, o Décio Português, e Silvio Luiz Ferreira, o Cebola, continuam foragidos. Defensores dos dois afirmaram à reportagem que eles são inocentes e que tudo isso será provado no decorrer do processo. Os acusados foram denunciados à Justiça e tornaram-se réus.
2 comentários
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Incentive
E O EX-PRESIDENTE DA CÂMARA DOS VEREADORES, JÁ FOI PRESO???
Wiclério Gonçalves de Alencar
Ele é só um sintoma. A doença está alastrada há anos nos corredores dela gestão pública!