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Viagem de Eduardo e Ciro Nogueira ao Qatar causou mal-estar nos Bolsonaros
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Interlocutores do presidente Jair Bolsonaro (PL-RJ) revelaram à coluna que a viagem do deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) ao Qatar para ver jogos da Copa do Mundo nos últimos dias causou um grande mal-estar na família.
Segundo eles, o parlamentar não comunicou a viagem e surpreendeu o presidente e outros familiares. A presença do ministro da Casa Civil, Ciro Nogueira (PP-PI), no Qatar também irritou o núcleo bolsonarista mais próximo.
Na quarta-feira (30), após ser criticado, Eduardo informou que foi ao Qatar para fazer reuniões e entregar pen-drives, o que gerou nova onda de críticas. O vereador Carlos Bolsonaro (Republicanos-RJ) postou uma indireta ao irmão no canal dele no Telegram dizendo que esteve "ao lado do pai" e que os dois "não dormiram" nos últimos dias.
Ao ser questionado internamente, Eduardo passou a alegar que planejou a viagem há cerca de um ano. Heloísa Bolsonaro, mulher do deputado, também fez postagens públicas nesta quinta-feira alegando que o planejamento da viagem era antigo.
Aliados do presidente, porém, não acreditam na versão já que, se tivesse vencido a eleição, o próprio Bolsonaro pretendia ir ao Catar acompanhar os jogos do mundial. Desse modo, era provável que Eduardo integrasse a comitiva oficial.
A Câmara dos Deputados informou que o parlamentar viajou em caráter pessoal e comunicou, no dia 23 de novembro, que ficaria fora do país entre os dias aquele data e 5 de dezembro. O primeiro jogo do Brasil na Copa, contra a Sérvia, aconteceu no dia 24 de novembro. Eduardo não retornou aos contatos da coluna.
Quem também causou mal-estar com viagem ao Qatar foi o ministro da Casa Civil, Ciro Nogueira. Aliados dizem que o presidente também ficou irritado e cobram o fato de o PT ter vencido no Piauí, base eleitoral do ministro.
Interlocutores de Bolsonaro também relataram que esperavam a presença de Nogueira na audiência pública no Senado na quarta-feira que discutiu a fiscalização das inserções de propagandas políticas eleitorais. Procurado pela coluna, o ministro não retornou.
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