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Chuva no RJ afeta documentos da Colônia e do Império no Arquivo Nacional
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As chuvas que alagaram diversos pontos do Rio de Janeiro também deixaram destruição e problemas no Arquivo Nacional. A coluna obteve imagens mostrando como o depósito da instituição ficou parcialmente alagado e a água chegou a atingir caixas de documentos da época em que o Brasil era colônia de Portugal e também do período do Império.
As imagens recebidas pela coluna são dos blocos A e F, alguns dos locais mais atingidos. Nesses blocos, estão documentos do fundo "Negócios de Portugal". Segundo a descrição do próprio Arquivo Nacional, esse fundo guarda a coleção de documentação trazida de Portugal por Dom João VI, na época da transferência da família real para o Brasil, em 1808. O fundo, porém, possui papeis produzidos desde 1596. Além disso, há outros fundos nesse depósito, como os documentos da censura, que vão até o século 20.
Chuva atinge depósito do Arquivo Nacional
Na descrição da instituição, o fundo "reúne documentos de alguns fundos, unidos pela temática, como, por exemplo, o gabinete do rei e ministério do reino, que recebia a documentação enviada pelos órgãos portugueses para exame no Brasil".
Segundo servidores que falaram sob condição de anonimato, a direção do Arquivo Nacional, da época do governo do ex-presidente Jair Bolsonaro, foi constantemente informada nos últimos anos sobre frequentes vazamentos de água. A historiadora Ana Flávia Magalhães Pinto foi escolhida como a nova diretora-geral do Arquivo Nacional. Ela, porém, só tomará posse em março. Até o momento, o diretor interino é Leandro Esteves de Freitas. Ele está no Arquivo Nacional desde 2019, primeiro ano da gestão do ex-presidente Jair Bolsonaro, e foi acusado, recentemente, de perseguidor servidores dentro da instituição.
Em nota, o Arquivo Nacional informou à coluna que as intensas chuvas "provocaram alguns vazamentos no complexo de prédios da sede do Arquivo Nacional". A instituição admitiu ainda que a "água resultante dos vazamentos atingiu sete caixas com documentos, que foram retiradas e colocadas sobre palletes para secarem. A equipe responsável pela preservação do acervo cuidou para que as caixas de documentos fossem remanejadas para lugares seguros". Segundo a nota, nenhum item do acervo foi perdido.
O complexo de prédios da sede do AN inclui um conjunto arquitetônico da primeira metade do século XIX, tombado pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), além de outras estruturas recebidas da Casa da Moeda do Brasil, que ocupava o espaço até sua transferência para a zona oeste da cidade, no início da década de 1980.
O conjunto tombado foi totalmente restaurado no início dos anos 2000, mas, segundo o AN, já apresenta necessidade de melhorias estruturais, que foram incluídas no projeto "Modernização da infraestrutura física e tecnológica do AN", em fase de projeto executivo, com o intuito de estancar tais problemas de forma definitiva.
Em nota, a instituição disse que, no ano passado, foram "concluídas as obras para a instalação de um sistema de combate a incêndio na sede do RJ, em um investimento de R$ 7,8 milhões com recursos do Fundo de Defesa de Direitos Difusos. A unidade regional em Brasília, que também custodia precioso patrimônio documental, tem a previsão de receber obras de requalificação de suas instalações, objetivando aperfeiçoar os serviços de tratamento técnico e de preservação de documentos, bem como ampliar e melhorar os espaços de guarda de documentos".
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