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Juliana Dal Piva

REPORTAGEM

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De volta ao Rio, Carlos Bolsonaro justifica faltas com licença-paternidade

 Carlos Bolsonaro no plenário da Câmara Municipal do Rio de Janeiro - Caio César/CMRJ
Carlos Bolsonaro no plenário da Câmara Municipal do Rio de Janeiro Imagem: Caio César/CMRJ

Colunista do UOL

16/03/2023 04h00

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O vereador Carlos Bolsonaro (Republicanos) voltou aos trabalhos da Câmara Municipal do Rio há uma semana e apresentou um processo na Casa para justificar nove faltas de 15 de fevereiro até 2 de março devido à licença-paternidade.

O regimento da Câmara permite que o pedido seja feito de forma retroativa, o que foi feito por Carlos no último dia 7. Ele estava desde dezembro nos Estados Unidos, onde acompanhou o nascimento da filha, em 13 de fevereiro — quarta neta de Jair Bolsonaro (PL).

O tema era tratado com muita reserva. Aliados da família e pessoas que integraram o governo do ex-presidente evitavam falar sobre o assunto quando o caso se tornou público.

Além da justificativa para as faltas, Carlos apresentou um inusitado projeto para "proibir o uso de insetos inteiros ou em partes" na alimentação de creches e escolas do município do Rio.

Na justificativa, escreveu: "A Câmara do Rio se responsabilizará sobre a saúde de crianças e adolescentes cariocas caso a prefeitura decida introduzir, arbitrariamente, alimentos que tenham insetos em seus ingredientes? Não podemos agir depois da casa arrombada, precisamos nos adiantar, considerando que o uso de insetos na alimentação vem se espalhando pelo mundo todo e o Brasil, como sempre, busca imitar aquilo que o mundo tem de pior".

No período em que estava nos EUA, Carlos também disse a interlocutores que está com receio por sua segurança após o pai ter deixado a Presidência da República. Carlos agora não tem mais direito à cobertura feita por agentes federais e teme ser alvo de ataques.

Entre os receios, é citado um episódio em que funcionários dele ficaram presos no elevador da Câmara Municipal entre o nono e o sétimo andar. A situação gerou apreensão nos servidores, embora a Casa tenha informado que foi apenas um defeito breve do elevador.

Desde o fim da eleição, quem conviveu com Carlos relata que ele anda apreensivo e tenso. Ele sempre teve uma relação difícil com a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro e foi barrado pela madrasta no Palácio do Planalto na semana que antecedeu a eleição de 30 de outubro de 2022.

Depois disso, Carlos, que estava de licença da Câmara Municipal, retornou à capital carioca e nem sequer esteve com o pai nos dias seguintes. Apesar de Bolsonaro também estar nos EUA, Carlos não se hospedou com o pai devido aos desentendimentos dele com Michelle.