O show de horrores trumpista precisa continuar
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Não durou muito. Na tarde desta segunda-feira, o presidente Donald Trump postou no Twitter uma foto usando máscara e recomendando a prática.
"Nós estamos Unidos num esforço para derrotar o Vírus Chinês Invisível, e muitas pessoas dizem que é Patriótico usar a máscara quando você não pode fazer o distanciamento social. Não há ninguém mais Patriótico do que eu, o seu presidente favorito", escreveu Trump, usando maísculas no meio da frase para enfatizar o sentido de algumas palavras.
De noite, com zero distanciamento social, o presidente americano foi a um evento de arrecadação de fundos eleitorais no seu hotel em Washington. Nesse encontro, ele aparece num vídeo conversando com outras pessoas sem cobrir o rosto.
O tuíte da máscara desencadeou especulações sobre uma mudança de estratégia política em função de sua queda nas pesquisas eleitorais. Hoje, o democrata Joe Biden seria eleito. A disputa acontecerá em 3 de novembro.
A nova teoria na praça dá conta de que Trump finalmente entendeu que precisa incentivar o uso da máscara e liderar pelo exemplo. Como ele prometeu retomar nesta terça os pronunciamentos e entrevistas que concedia quase diariamente no começo da pandemia, a conclusão do noticiário foi que ele daria início a uma nova fase, comportando-se com responsabilidade sanitária para reverter a desvantagem na corrida eleitoral.
Ora, melhor ter cautela ao esperar algo de positivo do presidente americano na pandemia. Trump é como o presidente Jair Bolsonaro. Num dia, receita a cloroquina. Noutro, fala que jamais recomendou o medicamento. E depois aparece fazendo pose de pai do leão Simba segurando uma caixa do remédio em frente a um grupo de apoiadores no Palácio da Alvorada.
Ex-apresentador de TV, Trump disse que provavelmente retomaria os seus encontros diários com a imprensa por volta das 17h, porque é uma hora nobre do noticiário. Com quase 4 milhões de casos e mais de 140 mil mortes nos EUA, o show de horrores trumpista precisa continuar.
ERRATA: No filme "O Rei Leão", quem ergue Simba é o sábio Rafiki, não o seu pai, Mufasa.
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