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Kennedy Alencar

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Lula cita genocídio para pressionar Israel e Egito por saída de brasileiros

O presidente Lula (PT) afirmou nesta quarta-feira (25) que o que está acontecendo no Oriente Médio é um genocídio e, na avaliação do colunista do UOL Kennedy Alencar, a declaração foi estratégica. Durante o programa Análise da Notícia, Kennedy afirmou que o presidente subiu o tom para pressionar Israel, e também o Egito, pela saída dos brasileiros que estão na Faixa de Gaza.

Essa subida de tom e o fato de citar o genocídio é para pressionar Israel e Egito, primeiro pela saída dos brasileiros, e depois pelos corredores humanitários. Kennedy Alencar

Sentimento crítico em relação a Israel cresce. Lula subiu o tom e falou em genocídio porque está crescendo no presidente um sentimento mais crítico em relação a Israel. Lula citou a morte de mais de 2 mil crianças e está se irritando por Israel e Egito impedirem o resgate de pelo menos 28 brasileiros que estão na fronteira de Gaza com o Egito.

Lula está contrariado com o Egito. O Egito não quer abrir sua fronteira para entrada de refugiados. Há o temor de ficar com uma população palestina no norte do país, em uma espécie de nova Faixa de Gaza, e acontecer uma limpeza étnica caso Estados Unidos e ONU não garantam ajuda. No total, além dos brasileiros, há cerca de 6 mil estrangeiros em Gaza.

Resgate de brasileiros foi bem-sucedido até certo ponto. A operação de resgate de brasileiros foi bem-sucedida até chegarem na fronteira de Gaza com o Egito. Israel não quer garantir um corredor humanitário e o impasse entre Egito e Israel está irritando Lula.

Cessar-fogo de Israel é necessário. Devido ao impasse sobre estrangeiros em Gaza, é necessário um cessar fogo por parte de Israel. Os israelenses, por sua vez, não aceitam um cessar-fogo enquanto o Hamas não libertar os cerca de 200 reféns. Enquanto os reféns não são liberados, por mais que Israel tenha o direito de autodefesa, os bombardeios na Faixa de Gaza constituem um crime de guerra que mata milhares de civis.

Israel tende a ficar isolado. Embora as declarações de Lula possam estremecer as relações diplomáticas entre Brasil e Israel, o Itamaraty pensa que isso pode ajudar a pressionar Israel e Egito pela liberação de brasileiros. Israel, por sua vez, ao planejar um ataque terrestre, pode perder o apoio internacional e ficar isolado com o apoio apenas dos Estados Unidos e, por isso, o cessar-fogo e o corredor humanitário são essenciais do ponto de vista da política internacional.

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O Análise da Notícia vai ao ar às terças e quartas, às 19h.

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** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do UOL.

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