Letícia Casado

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Ministros veem impacto em extradições de caso Eustáquio e pressão em Moraes

A decisão do ministro Alexandre de Moraes, do STF (Supremo Tribunal Federal), de vetar a extradição de um traficante búlgaro em retaliação à decisão da Justiça espanhola de não extraditar o blogueiro bolsonarista Oswaldo Eustáquio foi condenada por integrantes da Corte.

No entanto, a iniciativa é apontada como uma sinalização do que pode acontecer em relação aos Estados Unidos, caso o Congresso ou o governo norte-americano imponha algum tipo de sanção contra o ministro.

Uma ala da Corte considera que uma eventual punição ao magistrado provocaria um ataque à relação diplomática entre os países e que abriria uma brecha para o tribunal responder com veto à extradição de pessoas de interesse dos Estados Unidos.

Por outro lado, punir Moraes seria um ato de interferência na soberania do Brasil, e isso só deveria ser respondido de maneira oficial pelo governo federal, diz um ministro.

Eduardo Bolsonaro e aliados trabalham com trumpistas por alguma medida oficial do país para pressionar o Supremo e aliviar a situação jurídica do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), réu por tentativa de golpe de Estado.

Moraes é o principal foco, e o cancelamento do visto americano dele e de sua família seria considerado por bolsonaristas um recado dos Estados Unidos contra o que eles apontam como uma "ditadura do Judiciário" no Brasil.

O procurador-geral da República, Paulo Gonet, e o delegado da Polícia Federal Fábio Shor também estão na mira dos bolsonaristas.

Eustáquio x Moraes

Eustáquio é alvo de dois mandados de prisão e está fora do Brasil desde 2023.

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Como revelou o UOL, Eustáquio fez parte de uma campanha de difamação e ataques, que contou até com ameaças, devassa de informações pessoais e proposta de propina a uma delegada.

O ministro determinou, aos nove investigados suspeitos de promoverem os ataques, a remoção de contas, quebra de sigilo e identificação de pessoas que acessaram perfis em redes sociais. Somente o X não cumpriu as ordens de Moraes. Por isso, a plataforma acabou sendo suspensa temporariamente no Brasil.

A PF pediu a prisão preventiva dos bolsonaristas, incluindo Oswaldo Eustáquio, por entender que seus autores poderiam levar os ataques aos delegados a "extrapolar o ambiente virtual", e a ordem de prisão foi determinada por Moraes.

A Justiça espanhola considerou que o pedido de extradição foi feito por "motivação política".

Após a negativa da Corte europeia, ele disse que vai reiterar o pedido de asilo político no país.

Reportagem

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1 comentário

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Daiana Priscila Biazoto

Corrupçao total no desgoverno e o togado perseguidor preocupado com vingança e com live em uti de hospital

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Paulo de Sousa Borges

Perseguir opositores políticos nunca foi boa coisa...

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