Texto em que o autor apresenta e defende suas ideias e opiniões, a partir da interpretação de fatos e dados.
Se há locais perigosos, é porque temos autoridades frouxas
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Na edição desta segunda-feira (13) da Live UOL, comentei as declarações do presidente Jair Bolsonaro e do vice dele, Hamilton Mourão, que falaram hoje sobre o desaparecimento do jornalista inglês Dom Philips e do indigenista Bruno Pereira. Para o primeiro, "a Amazônia é muito grande, as pessoas abusam e coisas acontecem". Para o segundo, "a região é inóspita, afastada de tudo e entrar nela sem pedir escolta é correr um risco".
Com as falas, Bolsonaro e Mourão admitem a falta de controle sobre regiões do País e dão ao caso proporções de crueldade, com frases insensíveis, somadas a informações desencontradas dadas aos familiares dos desaparecidos. É desesperador constatar que o próprio Estado admite que vivemos em uma terra sem lei, como se fosse algo natural. Afinal, para eles, onde não se pede licença para ir, podemos ser condenados à pena de morte.
Pensar no perigo pode ser algo aceitável para um cidadão comum, que tem a tendência de analisar o que faria em casos como esse e se estivesse no lugar daquelas pessoas. Mas a mesma opinião vinda de cima é algo inadmissível, já que se há locais perigosos, é porque temos autoridades frouxas. Estamos acostumados a naturalizar esse tipo de pensamento porque a vida no Brasil não vale nada, já há muito tempo.
Nesta edição da Live UOL, falamos também sobre o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, que classificou o caso dos desaparecidos como uma ofensa gravíssima ao Estado brasileiro e às instituições. Também comentamos sobre o ex-governador de São Paulo, João Doria, que anunciou sua volta ao setor privado e sobre o bate-boca entre juíza e advogados durante o primeiro interrogatório do ex-vereador Jairo Souza Santos, o Dr. Jairinho, acusado do assassinato de Henry Borel, de 4 anos.
Ao lado de Felipe Moura Brasil, debato os principais assuntos do país diariamente, das 17h às 18h, com transmissão ao vivo nos perfis do UOL no YouTube, no Facebook e no Twitter.
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