Campanha por voto útil em Lula cria a 'demogracinha'

Na Live UOL desta quarta-feira (21), comentei o aumento da pressão, por parte de alas do PDT de Ciro Gomes, para o voto útil no ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

Segundo reportagem do UOL Notícias, com a estagnação do pedetista, que tem um dígito nas pesquisas eleitorais, diversos movimentos independentes —puxados sobretudo por brizolistas históricos— vêm lançando manifestos e convocando atos públicos de apoio a Lula para viabilizar uma vitória do petista no primeiro turno.

A direção do PDT tem resistido à pressão, bancando a candidatura de Ciro, que classificou as dissidências como "fake news".

"Isso é mentira, vocês estão sendo enganados. Outra pergunta. Desculpa, mas não vou repercutir fake news de forma nenhuma", respondeu o candidato, durante evento de campanha em Campinas (SP), ao ser questionado sobre o possível movimento pró-Lula.

O pedido de desistência de um candidato, em nome da democracia, é uma premissa difícil de ser compreendida. Quem exige que alguém abandone algo que faz parte do processo democrático não está preservando a liberdade, mas defendendo, na realidade, uma espécie de ditadura.

É uma graça ver intelectuais progressistes, Che Guevaras de apartamento e defensores dos pobres que vão flanar em Paris, eleger uma única figura como fiadora da paz nacional, inspirados sabe-se lá em qual regime dos anos 30 ou 40.

Chamam de preservação da liberdade a exigência para que outros abram mão não só de candidaturas, mas da própria dignidade. Um comportamento que poderia passar a ser chamado de defesa da "demogracinha".

Na Live UOL, falamos também sobre o pronunciamento de Vladimir Putin, no qual o presidente da Rússia sugeriu a possibilidade de adoção de armas nucleares contra a Ucrânia; e sobre a estagnação do presidente Jair Bolsonaro (PL), nas últimas pesquisas de intenção de voto.

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