Tabata pede suspensão de perfis de Marçal por pagamentos a seguidores
A campanha da candidata Tabata Amaral (PSB) entrou com um novo pedido na Justiça Eleitoral solicitando uma liminar para retirar os perfis do candidato Pablo Marçal (PRTB) das redes sociais. Pede ainda a identificação dos valores pagos por ele a seus seguidores para produzir cortes de vídeos que são reproduzidos em massa nas redes.
Esta é a segunda ação que o PSB move contra Marçal por abuso de poder econômico. Ainda não houve decisão da Justiça no primeiro caso.
O ex-coach é acusado de montar uma rede de seguidores por meio da rede Discord para promover sua candidatura. A ação, à qual a coluna teve acesso, qualifica a estratégia como a constituição de um "exército remunerado de apoiadores digitais, descalibrando e viciando os algoritmos das redes sociais de forma a resultar em indiscutível vantagem para sua candidatura".
A peça diz que "Marçal desenvolveu uma estratégia de cooptação de colaboradores para disseminação de seus conteúdos em redes sociais e serviços de streaming com os olhos voltados para as eleições, se revestiu nitidamente de caráter ilícito e abusivo". Também afirma que "Marçal turbina audiência nas redes sociais com promessas de ganhos financeiros a apoiadores".
O dano provocado por Marçal é "evidente", "capaz de macular a lisura e a normalidade das eleições", e a Justiça Eleitoral precisa ser "rápida", diz o pedido.
Campeonato de vídeos
Na quarta-feira (21), um influenciador publicou um comprovante de Pix de uma empresa de Marçal. O pagamento seria pela publicação de trechos de vídeos do candidato. Segundo especialistas, a prática configura propaganda irregular e, possivelmente, crime eleitoral, porque os pagamentos não são declarados à Justiça Eleitoral e poderiam desequilibrar a disputa.
A comunidade Cortes do Marçal no Discord organiza campeonato de vídeos do candidato. As premiações vão de R$ 50 a R$ 4.000 para os perfis com mais visualizações.
Além disso, há vídeos pagos que falam mal de outros candidatos à prefeitura, o que seria crime, segundo especialistas.
O Ministério Público Eleitoral sugeriu suspender a candidatura do ex-coach enquanto os fatos são apurados. Caso seja condenado, Marçal ficaria inelegível por oito anos.
Após a divulgação da recomendação do MPE, o empresário negou financiar os cortes, apesar da documentação provando o contrário. Em vídeos, o próprio Marçal admite a prática.
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