Raquel Landim

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Reportagem

Avalanche teria combinado código para mulher se despedir da família

Ex-dirigente do PRTB, Rachel de Carvalho diz que Leonardo Avalanche combinou um "código" para que ela se despedisse da família.

Em entrevista à coluna, ela afirmou que essa foi a primeira ameaça de morte que recebeu do político, que preside o partido do candidato à Prefeitura de São Paulo, Pablo Marçal.

"Eu sou tranquilo, mas vai ter um dia que vou te ligar e dizer: vai pegar a sua vara e vai pescar. Quando eu disser isso, pode começar a se despedir da sua família, porque vou te matar", teria afirmado Avalanche, conforme o relato de Rachel.

Ela registrou as acusações no TSE (Tribunal Superior Eleitoral) em ação que solicita que Avalanche seja afastado do comando do partido, revelou a Folha de S.Paulo.

Rachel também diz ter feito reclamações no Ministério Público Federal, na Polícia Federal e na delegacia da Polícia Civil.

A conversa teria ocorrido no dia 12 de março em um restaurante em São Paulo, na Mooca. Os dois disputavam o comando do partido. Conforme os relatos de Rachel, eles haviam selado um acordo em que Avalanche ocupava a presidência, enquanto Rachel ficava na vice-presidência, indicava o secretário geral e alguns membros do diretório.

Ela diz que o político vinha assediando membros do diretório para renunciar e que, por isso, foi ao restaurante onde ele estava para reclamar.

A ex-dirigente do PRTB relata outra ameaça sofrida pouco tempo depois no dia 16 de março - seu aniversário - também em São Paulo. Segundo ela, Avalanche a chamou para uma nova conversa no escritório do seu advogado.

Rachel diz ter ido acompanhada do marido, mas que não foi recebida por Avalanche, mas apenas por seu advogado. Ainda conforme seu relato, o advogado teria oferecido R$ 2 milhões para que ela se afastasse do partido e ficasse quieta.

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E que ele teria dito: "isso aqui não é um acordo, é uma condição. se você abrir a boca, nunca mais vai olhar no olho de ninguém".

Ainda conforme o relato da dirigente, um novo episódio ocorreu no dia 19 de março, em Brasília. Rachel e Avalanche teriam voltado a se encontrar no aeroporto da capital.

Ela disse que o presidente do PRT afirmou que ia "soltar os pitbulls" e repetiu para ela "não esquecer da vara de pescar".

Rachel relata ainda outras ameaças dos advogados do Avalanche para que ela conseguisse a renúncia dos membros que indicou para o diretório.

Questionada pela reportagem do motivo de decidir denunciar e trazer a ameaça a público em meio à campanha eleitoral, Rachel diz que não tem medo. "Tenho que confiar em algo nesse mundo", afirmou.

Procurado pela coluna, Avalanche não retornou os contatos.

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Texto que relata acontecimentos, baseado em fatos e dados observados ou verificados diretamente pelo jornalista ou obtidos pelo acesso a fontes jornalísticas reconhecidas e confiáveis.

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