Novo presidente da Braskem chegou a ser preso na Lava Jato em 2016
O novo presidente da Braskem, Roberto Prisco Paraíso Ramos, chegou a ser preso durante o escândalo do "petrolão", em março de 2016. A Novonor, a antiga Odebrecht, e a Petrobras são sócias da empresa.
Nesta segunda-feira (4), a Novonor indicou Ramos para assumir a presidência da petroquímica a partir de dezembro no lugar de Roberto Bischoff. A Novonor tem 51% de participação na empresa, enquanto a Petrobras tem 49%.
O executivo era presidente da Odebrecht Óleo e Gás em 2016, quando a Polícia Federal deflagrou a 26ª fase da Operação Lava Jato, envolvendo o grupo baiano. Ramos estava entre as pessoas presas temporariamente e depois liberadas.
Em um dos e-mails apreendidos pela PF na época, Ramos pergunta a Hildeberto Mascarenhas, que era o chefe do departamento de Operações Estruturadas, como era chamado internamente o setor que coordenava as propinas pagas pela Odebrecht a políticos.
"Tio Bel, você consegue me fazer chegar mais 50 acarajés na 4ª feira à tarde (por volta das 15h) no escritório da OOG, no Rio? Estou no México, mas chego de volta na 4ª de manhã", solicitou Ramos a Mascarenhas Alves da Silva Filho em mensagem do dia 27 de janeiro de 2014, às 14h33.
Segundo a inteligência da PF, "Tio Bel" era o codinome de Mascarenhas e "acarajés" era o apelido de propina a ser paga.
Fontes próximas a Braskem dizem que não houve acusação formal contra o executivo, que ele não fez parte do grupo de delatores da Odebrecht, e que já vem participando de conselhos de administração do grupo.
Conforme apurou a coluna, Ramos ficou preso por quatro dias entre 22 e 26 de março de 2016 e foi liberado mediante o cumprimento de medidas cautelares como a retenção do passaporte. Ele chegou a ser interrogado duas vezes , mas não ficou comprovada sua vinculação às condutas ilícitas investigadas como corrupção e lavagem de dinheiro.
Um ano depois, em março de 2017, o então juiz Sérgio Moro devolveu seu passaporte e levantou outras medidas cautelares, com a concordância do Ministério Público.
O UOL procurou a Braskem e a Petrobras, mas as empresas não se manifestaram.
Em fato relevante, a Braskem informa que Ramos é formado em engenharia mecânica pela UFRJ, já foi vice-presidente da própria companhia de 2002 a 2010 e presidente da Ocyan (o novo nome da Odebrecht Óleo e Gás).
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