Topo

Rogério Gentile

REPORTAGEM

Texto que relata acontecimentos, baseado em fatos e dados observados ou verificados diretamente pelo jornalista ou obtidos pelo acesso a fontes jornalísticas reconhecidas e confiáveis.

Justiça rejeita pedido de prisão domiciliar para Roger Abdelmassih

O ex-médico Roger Abdelmassih   - Reprodução/Globonews
O ex-médico Roger Abdelmassih Imagem: Reprodução/Globonews

Colunista do UOL

25/07/2022 12h33Atualizada em 25/07/2022 16h08

Receba os novos posts desta coluna no seu e-mail

Email inválido

A Justiça paulista rejeitou o pedido de prisão domiciliar feito pelo ex-médico Roger Abdelmassih, um dos mais famosos especialistas em reprodução assistida no país, condenado a 181 anos de prisão por crimes sexuais contra pacientes.

A defesa do ex-médico fez o pedido de prisão domiciliar argumentando que Abdelmassih, de 78 anos, é portador de cardiopatia grave e irreversível, que a sua saúde piorou na prisão e que a medida é necessária para proteger a sua vida.

"Após essas novas e recentes internações, com procedimentos cirúrgicos, inclusive, Abdelmassih não consegue fazer absolutamente nada, tendo de ser monitorado em tempo integral", afirmaram seus advogados à Justiça. "Ele necessita [do acompanhamento] de uma pessoa confiável e dedicada, e não o seu colega de cela, que o auxilie nos seus cuidados diários."

A juíza Sueli Zeraik de Oliveira Armani não aceitou a argumentação.

Citando um laudo pericial, afirmou que, mesmo sendo uma pessoa idosa, debilitada e dependente do auxílio de terceiros, "o ex-médico vem recebendo cuidados contínuos no cárcere, medicação adequada, atenção especial e acompanhamento médico disponível de forma ininterrupta".

A juíza afirmou que o acompanhamento está sendo feito na prisão por meio do projeto 'Médicos Presos atendendo Presos', que "vigora 24 horas, o que certamente não ocorreria em seu próprio domicilio." Disse também que, no caso de eventuais demandas emergenciais, ele poderá ser rapidamente transferido para um hospital, como já ocorreu em outras ocasiões.

"Há de se reconhecer que, se a estrutura carcerária fosse de fato tão prejudicial à saúde [de Abdelmassih], ou lhe submetesse a iminente risco de morte, o mesmo certamente já teria fenecido [falecido]", afirmou, citando que desde 2017 ele solicita a prisão domiciliar por questões de saúde.

Abdelmassih pode recorrer da decisão.